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Pergunta

Por que Jesus é mencionado como o unigênito do Pai (João 1:14)?

Resposta


O apóstolo João se refere a Jesus como o "unigênito do Pai" (João 1:14), uma descrição com profundo significado teológico. Alguns sugerem que esse versículo pode ser a passagem mais importante da Bíblia sobre a doutrina da encarnação de Cristo: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai".

João queria que os leitores entendessem que Jesus Cristo era totalmente Deus em forma humana. É isso que a palavra encarnação (do latim incarnatus) significa. Deus, o Filho, assumiu a carne humana e veio viver entre nós para nos dar a conhecer Deus. "Unigênito" é uma tradução da palavra grega monogenes, que significa "único ou de um tipo". João a utiliza aqui para enfatizar o relacionamento singular que Jesus Cristo tem com Deus, o Pai. É um parentesco diferente de qualquer outro.

Nos séculos passados, supunha-se que o termo monogenes derivava de duas palavras gregas - monos ("um" ou "único") e o verbo gennaō ("gerar"). A tradução mais antiga, "unigênito do Pai", baseia-se nessa suposição. Entretanto, descobertas mais recentes de manuscritos revelaram que o termo, na verdade, deriva de monos ("um" ou "único") e do substantivo genē ("espécie" ou "tipo"). Assim, monogenes refere-se à unicidade ou singularidade sem referência à origem, nascimento, cronologia ou procriação. As traduções mais recentes da Bíblia refletem esse entendimento como "Unigênito vindo do Pai" (NVI) ou "Filho único do Pai" (OL).

A designação exclusiva de monogenes - que Jesus é o unigênito do Pai ou, melhor ainda, o único Filho do Pai - aponta diretamente para a Sua natureza divina. Cristo possui um status especial, íntimo e amado como Filho, enviado por Deus (João 3:16-17) para representá-Lo total e inteiramente (João 3:16-17; 5:19).

Gerado pelo Pai não significa que Jesus foi "criado", "produzido" ou "feito" pelo Pai, como sugerem alguns ensinamentos falsos. Por não entenderem o verdadeiro significado dessas palavras em seu idioma original, os críticos da doutrina trinitária usam o termo gerado e seu significado literal em português para reivindicar um início cronológico para o Filho.

O idioma original afirma que Jesus Cristo compartilha a natureza divina de Deus. Ela ressalta a Sua preexistência eterna, o que significa que o Filho sempre existiu com Deus desde o início (João 1:1-2; cf. João 8:58; 17:5, 24; 1 João 1:1; Apocalipse 1:8). O Filho sempre compartilhou da natureza e da glória divinas do Pai. Ele é da mesma essência que o Pai. Seu status de "único" diferencia Jesus Cristo de todos os outros filhos e filhas de Deus, incluindo os crentes, que são filhos adotivos de Deus (João 1:12; Efésios 1:5; Romanos 8:29).

Essa ideia é ainda mais afirmada pelo Credo Niceno, no qual Jesus é descrito como "eternamente gerado pelo Pai... gerado, não feito". Essa linguagem, desenvolvida em debates do século IV, enfatiza que, embora o Filho encarnado seja dependente do Pai (João 6:57), Ele é divino e eterno e não um ser criado. Nesse contexto, a frase o unigênito do Pai não implica um evento temporal, mas um relacionamento íntimo e eterno dentro da Divindade. Esse conceito, na verdade, reforça a doutrina da Trindade, sustentando que Jesus Cristo é Deus e humano sem mudar a natureza de Deus.

Jesus é chamado de unigênito do Pai porque em Sua existência encarnada - Seu estado totalmente divino e milagrosamente humano - Ele é absolutamente único e inigualável (consulte Marcos 12:6). Todos os que acreditam nEle são de fato feitos Seus filhos, mas apenas em um sentido infinitamente inferior.

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