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Pergunta

O que é a sinagoga de Satanás em Apocalipse?

Resposta


A sinagoga de Satanás é mencionada duas vezes em Apocalipse, uma na carta de Jesus à igreja do primeiro século em Esmirna e outra à igreja em Filadélfia. Em ambos os casos, a sinagoga de Satanás se opõe à missão e à mensagem da igreja.

Para a igreja em Esmirna, Jesus diz: "Conheço a tribulação pela qual você está passando, a sua pobreza — embora você seja rico — e a blasfêmia dos que se declaram judeus e não são, sendo, isto sim, sinagoga de Satanás" (Apocalipse 2:9).

Para a igreja da Filadélfia, na Ásia Menor, Jesus diz: "Eis o que eu farei com alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que se declaram judeus e não são, mas mentem. Eis que farei com que venham até você, prostrem-se aos seus pés e reconheçam que eu amo você" (Apocalipse 3:9).

Em resumo, a sinagoga de Satanás era um grupo de judeus incrédulos que perseguiam os cristãos. Esses grupos eram culpados de caluniar a igreja em Esmirna e de se opor à igreja na Filadélfia de alguma forma.

A maior parte da perseguição que a igreja do Novo Testamento enfrentou veio da comunidade judaica. Até mesmo a maior parte da perseguição romana foi um esforço para apaziguar as autoridades judaicas. Isso se aplica à condenação de Jesus por Pilatos (João 19:1-16) e à prisão de Paulo pelos governadores romanos Félix (Atos 24:27) e Festo (Atos 25:16). Esse padrão se manteve verdadeiro em todo o mundo romano no primeiro século. Enquanto os cristãos eram considerados uma seita do judaísmo, eles estavam isentos da observância obrigatória de certos aspectos da religião do Estado romano. Entretanto, como os cristãos foram expulsos das sinagogas e denunciados pela liderança judaica, Roma começou a ver o cristianismo como uma nova religião que não tinha essas mesmas isenções. Portanto, os cristãos fora do guarda-chuva protetor da sinagoga estavam sujeitos à perseguição romana.

A sinagoga de Satanás diz que é judia (o povo de Deus) e persegue aqueles que acreditam em Jesus, o Messias (o verdadeiro povo de Deus). Na realidade, ao rejeitarem o Messias judeu, eles renunciaram ao status de "verdadeiros" judeus, e é por isso que Jesus os chama de "mentirosos". Essa distinção entre judeus étnicos e judeus fiéis também é vista em Romanos 9:6 ("Porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas") e Romanos 2:28-29 ("Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, pelo Espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede de seres humanos, mas de Deus"). Por sua perseguição ao verdadeiro povo de Deus, esses judeus incrédulos haviam se tornado uma sinagoga de Satanás - uma reunião de pessoas que, na verdade, estavam seguindo as prioridades do diabo.

Ambas as igrejas receberam a promessa de vitória sobre a sinagoga de Satanás. Essa promessa ecoa Isaías 60:14: "Também virão e se inclinarão os filhos dos que a oprimiram; todos os que a desprezaram se prostrarão até as plantas dos seus pés e a chamarão ‘Cidade do Senhor’, a ‘Sião do Santo de Israel’." No contexto de Isaías 60, uma Jerusalém oprimida será vindicada. Aqueles que a oprimem se curvarão aos seus pés e terão de admitir que ela é de fato abençoada por Deus e - na linguagem de Apocalipse 3:9 - que Deus a ama. Mas Isaías 60:14 aplicado a esses judeus e à Igreja é uma espécie de inversão. Em Isaías 60, os gentios opressores se curvarão aos pés dos judeus e admitirão que Deus os ama. Em Apocalipse 2-3, os judeus opressores se curvarão aos pés da Igreja perseguida (com uma população significativa de gentios nela) e admitirão que Deus os ama. Essa é uma impressionante inversão de papéis.

Pesquisas na Internet sobre "sinagoga de Satanás" produzem vários links para sites que afirmam que a "sinagoga de Satanás" se refere ao povo judeu hoje e que promovem todos os tipos de teorias da conspiração sobre como os judeus governam o mundo. Francamente, essa é uma interpretação e aplicação errôneas dos versículos do Apocalipse. A sinagoga de Satanás refere-se a comunidades judaicas específicas em Esmirna e Filadélfia que estavam perseguindo a igreja, e não a qualquer situação moderna. Da mesma forma, nenhuma situação moderna deve ser usada como ferramenta interpretativa para explicar uma passagem firmemente enraizada no mundo romano do primeiro século.

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