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Pergunta

O que significa o fato de que quem perder a sua vida por minha causa a encontrará (Mateus 16:25)?

Resposta


O princípio do autosacrifício é fundamental para a vida e a missão de Jesus. Em várias ocasiões, Jesus apresenta a Seus seguidores o conceito paradoxal de perder a vida para encontrá-la (veja Mateus 10:39; João 12:23-25). Em Mateus 16:24-26, Cristo transmite esse ensinamento fundamental, capturando a essência do discipulado cristão: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?" (Mateus 16:24-26; veja também Marcos 8:34-37; Lucas 9:23-25). Para entender completamente essa passagem, consideraremos o seu contexto no Evangelho de Mateus e exploraremos as suas implicações teológicas, históricas e práticas.

Na segunda metade de Mateus 16, Jesus começa a preparar os Seus discípulos para os desafios que estão por vir. Ele revela Seu sofrimento e morte iminentes (Mateus 16:21-23). Ele fala da necessidade de Seus seguidores tomarem sua cruz e segui-lo (Mateus 16:24). Cristo sabia que os Seus servos fiéis enfrentariam perseguição e hostilidade de várias partes, incluindo autoridades religiosas e o Império Romano. Seguir Jesus quase certamente levaria a severas provações, ao ostracismo social e, para muitos, ao martírio. O chamado para perder a vida por causa dEle não era meramente metafórico; era uma realidade para muitos dos primeiros cristãos que morreram por sua fé (veja Mateus 14:10-12; Atos 7:54-60; 12:2; João 21:18-19; Apocalipse 2:13).

Jesus faz uma declaração quase idêntica em Mateus 10:39: "Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará". A principal diferença em Mateus 16:25 é a ênfase em salvar a vida em vez de encontrá-la: "Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará" (ênfase adicionada). O significado é semelhante, mas mais grave e potente em Mateus 16:25, pois salvar e perder sugerem um risco maior de morte física.

Em Mateus 16:25, Jesus traça uma linha entre a vida na Terra e a vida eterna. Cristo não estava concentrado na salvação da vida mortal de alguém, mas na realização final da vida no mundo vindouro. Perder a vida por causa de Cristo implica a disposição de abandonar ambições e desejos egoístas e até mesmo a própria segurança física em favor de uma vida de acordo com os ensinamentos e o exemplo de Jesus.

Se gastarmos todo o nosso tempo e energia absorvidos nesta vida aqui e agora, perderemos todo o objetivo desta vida: investir na vida futura. Jesus nos ensinou a não "acumular para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam", mas sim a ajuntar nossos "tesouros no céu", onde eles permanecerão por toda a eternidade (Mateus 6:19-21). Devemos colocar os desejos ou tesouros de nosso coração no reino eterno de Deus acima de tudo (Mateus 6:33). Devemos priorizar as coisas de Deus em detrimento das coisas desta vida. Por essa razão, Jesus perguntou: "que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?" (Mateus 16:26).

Quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará - o que implica que a verdadeira salvação vem por meio da abnegação. O caminho do discipulado implica seguir o Senhor por uma trilha estreita e difícil (Mateus 7:13-14). No entanto, seguir Jesus é o caminho que leva à vida eterna (João 14:6), e só a encontraremos se entregarmos toda a nossa vida a Ele (João 3:16; 6:47; 1 João 5:11-13; Romanos 6:23). Não encontramos a realização na vida por meio do sucesso mundano ou de buscas egocêntricas, mas por meio da submissão de nossa vontade à dEle. Ao perder a própria vida por causa de Cristo, os crentes adotam uma existência centrada em Cristo e um caminho para a vida eterna.

Mateus 6:25 não sugere uma existência baseada em obras. A vida eterna não é conquistada, mas recebida como um dom de Deus, concedido àqueles que confiam e acreditam nEle e demonstram a sua fé vivendo em obediência aos Seus mandamentos (João 3:36; 5:24; 11:25-26; Romanos 6:23; Efésios 2:8-9; 1 João 5:11-12).

Jesus disse: "Quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará". Pouco tempo depois, Ele deu a Sua vida por nós, morrendo na cruz. Inspirado pelas palavras e ações de Cristo, o apóstolo Paulo escreveu: "E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Coríntios 5:15).

Nos tempos atuais, em nações cristianizadas, o chamado para perder a vida por causa de Cristo pode não corresponder a sofrimento físico ou martírio. Mas significará viver uma vida centrada em Cristo e priorizar os ensinamentos de Jesus acima de tudo. Envolverá abrir mão de ambições pessoais em favor dos planos de Deus e tornar-se um sacrifício vivo de adoração (Romanos 12:1; 1 Pedro 2:5). Por meio de atos cotidianos de serviço, generosidade, compaixão e humildade, promovemos um espírito de unidade, amor e altruísmo em nossos relacionamentos pessoais e na igreja. Colocamos as buscas do reino acima do ganho individual. Enfrentamos os desafios da vida com perseverança e confiança em Deus. Quando confrontados com provações, mantemos a fé e a esperança e crescemos em paciência e resiliência. Encontramos a realização máxima por meio de nosso relacionamento com Jesus Cristo.

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