Pergunta
O que é o paralelismo emblemático na poesia hebraica?
Resposta
O paralelismo emblemático é um artifício poético usado com frequência no livro de Provérbios. É um dos vários tipos de paralelismo usados na poesia hebraica (os outros tipos são o paralelismo sinônimo, o paralelismo sintético e o paralelismo antitético). O paralelismo emblemático é construído com um símbolo ou uma metáfora (um emblema) que é colocado lado a lado (em paralelo) com seu significado. Um versículo que exibe paralelismo emblemático apresentará uma ilustração e sua interpretação - um símile estendido ou uma antiga lição objetiva, por assim dizer.
Provérbios 25:13 é um exemplo do uso de paralelismo emblemático:
"Como o frescor de neve no tempo da colheita, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam, porque refrigera a alma dos seus senhores."
Nesse provérbio de três partes, a primeira linha é o emblema, ou imagem da palavra: "Como o frescor de neve no tempo da colheita". A segunda linha é a legenda da imagem: "um mensageiro fiel". E a terceira linha é uma explicação adicional - algo que a maioria dos exemplos de paralelismo emblemático não contém. Ao lermos esse versículo, perguntamos: como um mensageiro confiável é como uma bebida fresca em um dia quente de verão? A resposta nos é dada: um mensageiro fiel refresca a alma da pessoa que o envia. Quando um homem íntegro recebe um trabalho para fazer, ele o concluirá - e que bênção é ter alguém assim em seu quadro de funcionários!
Provérbios 25:12 é outro exemplo:
"Como pendentes e joias de ouro puro, assim é a repreensão dada por um sábio a um ouvinte atento."
Aqui, o emblema é uma peça de joalheria de ouro fino, ilustrativa de uma repreensão sábia. Como em todos os provérbios desse tipo, devemos responder à pergunta: qual é a conexão? Como a primeira linha é parecida com a segunda linha? A resposta é que dar ouvidos a um bom conselho, especialmente quando ele exige humildade, é recompensador. A pessoa que é sábia e flexível o suficiente para aceitar a repreensão é enriquecida; o ouvido que ouve é adornado com o "ouro puro" da sabedoria.
Outro bom exemplo de paralelismo emblemático é Provérbios 25:18:
"Martelo, espada e flecha aguda é o que levanta falso testemunho contra o seu próximo."
O emblema é um conjunto de armas e, abaixo da imagem da palavra, há uma referência a um mentiroso. Observe que as armas podem ser consideradas como uma série de instrumentos de morte progressivamente mais refinados: um cassetete, uma espada e uma flecha. Algumas mentiras são contundentes; outras são mais "civilizadas" e diretas; todas são capazes de causar dor e morte. Além disso, observe que o alcance das armas aumenta progressivamente: um porrete deve ser usado a curta distância, enquanto uma flecha pode causar danos à distância. As falsidades, sejam elas vindas de perto ou de longe, podem ser mortais.
Outros exemplos de paralelismo emblemático incluem Provérbios 11:22; 25:11, 13, 19, 20, 23, 26; 27:15, 17, 19; e 28:15.
Os livros de Jó, Salmos, Provérbios, Cantares de Salomão, Eclesiastes e Lamentações são quase inteiramente poéticos. Muitos profetas, incluindo Isaías, Jeremias, Joel e Miquéias, também registraram seus oráculos em poesia. Como a poesia é tão difundida no Antigo Testamento, é proveitoso para os estudantes da Bíblia estudar a estrutura e as formas de paralelismo.
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