Pergunta
O que é o livro de Judite?
Resposta
O Livro de Judite faz parte das escrituras apócrifas/deuterocanônicas e aparece no Antigo Testamento das Bíblias católicas. A nação de Israel tratava os livros apócrifos com respeito, mas nunca os aceitou como livros verdadeiros da Bíblia hebraica. A igreja cristã primitiva debateu o status dos apócrifos/deuterocanônicos, mas poucos cristãos primitivos acreditavam que eles pertenciam ao cânone das Escrituras.
O Livro de Judite, que se acredita ter sido escrito no final do século II ou no início do século I a.C., conta a história de Deus fornecendo uma mulher, Judite, para libertar o povo judeu em um momento de grande necessidade e desespero. Na história, Judite vive na cidade de Betúlia. Ela é uma viúva bonita e sábia que se enfurece com os anciãos de sua cidade quando eles "testam" Deus em vez de confiar nEle e decidem capitular diante do principal general do rei Nabucodonosor, Holofernes, para se renderem se Deus não os salvar em cinco dias.
Judite acha que dar a Deus esse prazo é extremamente arrogante e inadequado. Ela diz aos anciãos que tem um plano, mas que precisa deixar a cidade para que ele seja bem-sucedido. Ela se recusa a divulgar quaisquer detalhes, parte com sua escrava e entra no acampamento de Holofernes sob o pretexto de fornecer-lhe ajuda para derrotar seus companheiros judeus.
Holofernes fica hipnotizado por sua beleza e a leva para seu acampamento e companhia. A volúpia e as artimanhas dela o atraem, e a luxúria o cega para o engano dela. Judite consegue fazer com que Holofernes fique sozinho em sua tenda quando ele está excessivamente bêbado. Quando ele desmaia, ela o decapita, volta para Betúlia, mostra o resultado de sua intriga e se torna a heroína da cidade.
Acredita-se que o Livro de Judite tenha sido escrito primeiro em hebraico, mas a escritura da Septuaginta, elaborada em grego koiné, foi aceita pela Igreja Católica como sua Bíblia. Jerônimo, padre católico e apologista (347 - 420 d.C.), teria produzido um texto de Judite em latim a partir de um texto aramaico secundário.
Assim como em outros livros dos apócrifos, há anacronismos, principalmente a afirmação de que Nabucodonosor governou o Império Assírio a partir de Nínive. Na verdade, ele governou a Babilônia. Além disso, o pai de Nabucodonosor, Nabopolassar, havia destruído Nínive anos antes, o que torna a história dessa história suspeita. No entanto, muitos veem esse relato como uma variação da história do Êxodo, em que a fé em Deus e a confiança nEle para a libertação do medo e a proteção contra o mal e o dano é o que os crentes devem sempre fazer. Esse livro é considerado uma reflexão apropriada durante a celebração da Páscoa.
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O que é o livro de Judite?
