Pergunta
O que significa exercer o autocontrole (1 Coríntios 7:9)?
Resposta
O autocontrole é incentivado na Bíblia e é listado como um fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23). O exercício do autocontrole implica essencialmente aprender a dizer "não" aos nossos desejos quando satisfazê-los seria inadequado e contrário ao desígnio de Deus. A necessidade de autocontrole abrange tanto as nossas inclinações pecaminosas quanto os nossos desejos legítimos. Por exemplo, o desejo sexual é um impulso legítimo, sendo parte da criação inerentemente boa de Deus; entretanto, ele deve ser contido, a menos que possa ser expresso dentro dos limites adequados. Por outro lado, o desejo de roubar é um impulso ilegítimo e é inerentemente errado. Em ambos os casos, o autocontrole é essencial.
É interessante notar que, embora a cultura moderna geralmente aplauda o autocontrole em muitos aspectos da vida, muitas vezes não o faz no contexto da atividade sexual entre adultos solteiros. A noção predominante é a de que, como a nossa sexualidade é parte integrante de nossa identidade, não precisamos nos conter, a menos que ela se aventure em território ilegal. Entretanto, desrespeitar os limites de Deus sempre leva a consequências negativas (ver Hebreus 13:4). Em 1 Coríntios 7:9, Paulo diz a respeito de pessoas solteiras: "Mas, se não conseguem se dominar, que se casem; porque é melhor casar do que arder em desejos." As duas opções bíblicas para os solteiros são: 1) casar-se ou 2) exercer o autocontrole. O autocontrole é importante em questões de sexualidade.
Ironicamente, a cultura contemporânea está cada vez mais fixada no sexo, mas despreza o casamento. Estatísticas recentes revelam que "2 em cada 5 adultos acham que o casamento é uma tradição ultrapassada" (https://thrivingcenterofpsych.com/blog/millennials-gen-z-marriage-expectations-statistics/, acessado em 29/04/24). Com os divórcios sendo mais noticiados do que os bons casamentos, a situação parece desanimadora. Entretanto, o casamento é uma ideia de Deus (Gênesis 2:24). Embora algumas pessoas possuam o dom do celibato, nossos desejos sexuais apontam inerentemente para um casamento de aliança satisfatório. O casamento não é uma solução rápida para a imoralidade sexual, mas continua sendo o contexto apropriado para a expressão de nossa sexualidade.
Mesmo no casamento, a virtude do autocontrole não deve ser negada. O adultério é um pecado grave, geralmente decorrente da falta de autocontrole. Assim, embora Paulo reconheça os desafios de praticar o autocontrole, ele continua sendo um fruto que se manifesta em nossa vida à medida que nos esforçamos para agradar ao Espírito em vez de sucumbir à nossa natureza pecaminosa.
O exercício do autocontrole traz inúmeros benefícios, não apenas para a pessoa autocontrolada, mas também para a sociedade em geral. Isso reforça a ideia de que os mandamentos de Deus são para o nosso bem-estar. É claro que a nossa motivação para exercer o autocontrole não se baseia apenas nos benefícios obtidos; o nosso objetivo é nos tornarmos mais parecidos com Jesus (Romanos 8:29).
Todos, independentemente do estado civil ou das circunstâncias da vida, devem aprender a ter autocontrole. "Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa" (Tito 2:11-12).
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O que significa exercer o autocontrole (1 Coríntios 7:9)?
