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Pergunta

O céu será na terra?

Resposta


As pessoas podem falar de passar a eternidade com Deus no céu, mas também podem falar de punição eterna no inferno. Recentemente, houve uma onda de teólogos que negam que a punição pelo pecado seja eterna, e vários outros escreveram livros que se opõem a essa onda com títulos como O que aconteceu com o inferno? e Apagando o Inferno: O que Deus fala sobre eternidade e o que nós inventamos. Tecnicamente falando, o céu e o inferno não são lugares de bênção eterna ou de tormento eterno. O céu e o inferno se referem aos lugares dos mortos neste momento.

A palavra inferno é frequentemente usada para traduzir uma série de termos (sheol no Antigo Testamento e gehenna, hades e tartarus no Novo Testamento). Esses termos geralmente se referem a um "lugar de detenção" para os mortos. Gehenna certamente acrescenta o conceito de tormento. Em Apocalipse 20:14, vemos que a morte e o inferno são lançados no lago de fogo. Tecnicamente, o lago de fogo, e não o inferno, é o lugar de tormento eterno, mas no uso moderno a maioria das pessoas pensa nele como inferno. O conceito de punição eterna e separação de Deus é provavelmente mais importante do que o fato de o nome associado a ele ser tecnicamente correto.

Da mesma forma, o "céu" não é o destino final dos crentes em Cristo. No Antigo Testamento, céu geralmente se refere aos "céus", ou seja, o céu ou talvez o que chamaríamos de espaço - algum lugar "lá em cima". Isso passou a ser associado ao lugar onde Deus está. Em Apocalipse, vemos a adoração a Deus ocorrendo no céu (capítulos 4-5), mas a palavra céu também pode se referir a "o céu". Quando Jesus ascendeu, Ele ascendeu "ao céu" (Atos 1:11), mas isso pode significar simplesmente que Ele subiu, sem especificar que foi para um lugar chamado céu. Da mesma forma, quando Ele voltar, descerá do céu (1 Tessalonicenses 4:16). Em 2 Coríntios 12, Paulo relata a experiência de ser arrebatado ao "terceiro céu", que é a própria morada de Deus. Da mesma forma, Hebreus fala do ministério de Jesus no céu (Hebreus 1:3; 8:1; 9:24-25). Como 2 Coríntios 5:8 diz que se os crentes estão "longe do corpo", ou seja, mortos, eles estão "em casa com o Senhor", então é correto dizer que um cristão que morre "vai para o céu".

Entretanto, o céu não é o lar eterno do cristão. Segunda Coríntios 5 também destaca que, enquanto estamos no céu, longe do corpo, esperamos ansiosamente pelo nosso corpo de ressurreição. Com muita frequência, a eternidade com Deus é retratada como se estivéssemos sentados em nuvens e tocando harpas. Os seres humanos foram criados com corpos físicos, e aqueles que se tornaram filhos de Deus pela fé em Cristo estão esperando por novos corpos físicos e materiais. Também sabemos que os céus e a terra atuais (conforme mencionado em Gênesis 1:1) serão destruídos e substituídos por novos céus e uma nova terra "onde habita a justiça" (2 Pedro 3:12-13).

Os novos céus e a nova terra são o lar eterno do crente. As imagens em Apocalipse 21-22 parecem apontar para condições semelhantes às do Éden. Mais uma vez Deus habitará entre o Seu povo. Adão e Eva receberam a tarefa de cuidar do jardim e subjugar a Terra antes da queda, e há todos os motivos para acreditar que o povo de Deus que habitará a nova Terra em corpos ressuscitados continuará o trabalho de Adão e Eva antes da queda, desfrutando do trabalho que fazem e da comunhão irrestrita com Deus. Na nova Terra, continuaremos a trabalhar, aprender, crescer, desenvolver e realizar coisas. Como havia animais no Éden, é bem possível que também haja animais na nova Terra.

Uma antiga canção diz: "Este mundo não é meu lar; estou apenas de passagem" e, alguns versos depois, "Se o céu não é meu lar, então, Senhor, o que farei?" É verdade que este mundo não é nosso lar. Mas seria tecnicamente correto dizer que o céu também não é o nosso lar. Quando morrermos e formos para o céu, ele também será um lugar pelo qual estaremos apenas "passando" enquanto aguardamos nossos novos corpos feitos para viver, trabalhar, adorar e ter comunhão na nova Terra. Nesse sentido, o que pensamos ser o céu - um lugar de pleno gozo da presença de Deus - não estará no céu, mas na Terra - a nova Terra recriada.

Apocalipse 21:1-5 registra essa cena: "E vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva enfeitada para o seu noivo. Então ouvi uma voz forte que vinha do trono e dizia: — Eis o tabernáculo de Deus com os seres humanos. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que estava sentado no trono disse: — Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: — Escreva, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras."

É importante observar que "o céu vem à terra" somente por meio da intervenção milagrosa e da recriação de Deus. Nenhuma quantidade de esforço humano, por mais nobre que seja em alguns casos, jamais será capaz de criar o "céu na Terra". Não podemos fabricar utopia. Por meio da obra do Espírito Santo, os cristãos têm acesso a Deus e experimentam a liberdade de muitos dos efeitos do pecado, mas ainda temos apenas um vislumbre do que ainda está por vir.

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