Pergunta

Quem escreveu o livro de Miquéias? Quem foi o autor de Miquéias?

Resposta
O livro de Miquéias é um dos profetas menores do cânone do Antigo Testamento. Ele foi escrito pelo profeta Miquéias, que viveu no século VIII a.C.

Na tradição de outros profetas, Miquéias condenou a injustiça (Miquéias 2:1-2; 3:1-3), criticou rituais religiosos vazios (6:6-8), pediu arrependimento (6:9; 7:18-19) e profetizou sobre uma restauração futura (4:1-4; 5:2). Notavelmente, Miquéias inclui uma profecia bem conhecida sobre o nascimento de Jesus em Belém, registrada aproximadamente setecentos anos antes do evento real (Miquéias 5:2). O livro de Miquéias oferece percepções valiosas para nosso relacionamento com Deus e com os outros, bem como um vislumbre do plano futuro de Deus para renovar todas as coisas.

O primeiro versículo do livro atribui o texto a Miquéias, um profeta de Moresete. Ele profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, o que o torna contemporâneo de Oséias e Isaías. Diferentemente de outros profetas, Miquéias proclamou mensagens tanto para Israel quanto para Judá, dirigindo-se especificamente às capitais Samaria e Jerusalém. O reino do norte de Israel havia passado por um período prolongado de reis maus, enquanto o reino do sul de Judá alternava entre reis justos e injustos. Em meio ao tumulto de ambos os lados, Miquéias proferiu suas profecias.

O nome de Miquéias, que significa "quem é como Yahweh?", serve para lembrar a soberania e a singularidade de Deus. Durante a era dos últimos profetas, Israel e Judá haviam se esquecido da singularidade de Deus, voltando-se para outros deuses e provocando a ira de Deus (consulte Miquéias 5:10-15). A atitude de Israel e Judá durante esse período contrasta fortemente com o nome de Miquéias, mas também vemos elementos de esperança na infidelidade eterna de Deus.

Apesar de sua brevidade, o livro de Miquéias impõe respeito por sua utilização de diferentes estilos literários, incluindo o lamento (Miquéias 1:8-16; 7:8-10) e um hino (7:14-20). Um gênero distinto em Miquéias é o "processo judicial da aliança", que retrata Deus processando Israel:

Ouça o que o Senhor diz:

"Levantem-se, defendam meu caso diante das montanhas;

que as colinas ouçam o que você tem a dizer.

"Escutem agora o que diz o Senhor: 'Levante-se, defenda a sua causa

diante dos montes, e que as colinas ouçam a sua voz.

Ó montes, escutem a controvérsia do Senhor,

e vocês, duráveis fundamentos da terra,

prestem atenção, porque o Senhor tem uma controvérsia com o seu povo

e entrará em juízo com Israel.'

'Meu povo, o que foi que eu lhe fiz?

E como foi que eu o levei a ficar cansado? Responda!

Pois eu o tirei da terra do Egito

e o resgatei da casa da servidão,

e enviei adiante de você Moisés, Arão e Miriã'".

(Miquéias 6:1-4).

Assim como em alguns outros livros da Bíblia, alguns críticos questionaram a autoria de Miquéias. Há pouca controvérsia sobre os três primeiros capítulos, que cobrem o julgamento de Israel e Judá, mas alguns críticos consideram a parte profética do livro, capítulos 4-5, como uma adição tardia. Essa perspectiva revela um viés naturalista com relação à profecia. Não há razão para contestar a autoria de Miquéias em qualquer parte do texto. Deus é bem capaz de prever o futuro por meio de Seus profetas (veja Isaías 46:10).