Pergunta

Quantas esposas Abraão teve?

Resposta
Abraão tinha uma esposa principal, Sara (Gênesis 11:29), e duas esposas secundárias, Agar e Quetura (Gênesis 16:3; 25:1).

A primeira esposa de Abraão foi Sara. Somente ela teria direitos legais e posição social como esposa de Abraão, e somente seu filho Isaque se tornaria o herdeiro legítimo da herança da família.

Sara, que não podia ter filhos, deu a sua serva egípcia, Agar, a Abraão como concubina, embora a Bíblia também chame Agar de esposa de Abraão (Gênesis 16:1-4). Uma concubina era uma mulher, geralmente uma serva ou escrava, que vivia com um homem como se fosse sua esposa, tendo relações sexuais com ele e gerando seus filhos. Quando a esposa de alguém não conseguia gerar um herdeiro, tomar uma concubina era uma solução comum nos tempos antigos. Mas a concubina tinha um "status de esposa secundária", inferior ao da esposa principal. A posição da concubina, embora subordinada ao seu mestre e amante, era permanente. As concubinas eram providas e protegidas como parte da família.

Agar deu a Abraão um filho, cujo nome era Ismael, mas ele não seria o filho da aliança de Deus (Gênesis 17:1-14). Foi por meio do filho de Abraão e Sara, Isaque, que Deus prometeu estabelecer a Sua aliança eterna (Gênesis 17:15-19).

Quetura foi a segunda esposa de Abraão após a morte de Sara: "Abraão casou com outra mulher, que se chamava Quetura. Ela lhe deu à luz Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Sua" (Gênesis 25:1-2). Assim como Agar, Quetura foi chamada de "esposa" e "concubina" nas Escrituras (1 Crônicas 1:32). Como "esposa", Quetura era casada com Abraão no sentido legal, vivendo em uma união sexual com ele. No entanto, como "concubina", ela ocupava uma posição inferior à de Sara. É possível que Quetura tenha se tornado concubina de Abraão quando Sara ainda estava viva, mas depois foi elevada à posição de esposa após a morte de Sara.

Antes de morrer, Abraão deu todos os seus bens materiais e as bênçãos da aliança a Isaque, o filho que Deus havia prometido a ele e a Sara. Aos filhos de Agar e Quetura, Abraão deu apenas presentes de sua casa e depois os mandou embora para viver no país a leste de Israel (Gênesis 25:5-11).

O fato de Abraão ter tido três esposas prova que Deus tolera a poligamia?

Não. O padrão ideal de Deus para o relacionamento matrimonial sempre foi uma união monogâmica entre um homem e uma mulher (Gênesis 1:27; 2:24). Desde a época de Lameque (Gênesis 4:19), as pessoas praticavam a poligamia, mas esse nunca foi o desígnio de Deus. Embora a prática não seja expressamente proibida nas Escrituras, suas consequências eram muitas vezes prejudiciais e problemáticas (Deuteronômio 17:17; 1 Reis 11:1-3; Juízes 8:30-9:57; 1 Samuel 1:1-7).

A Bíblia não esclarece explicitamente por que Deus tolerava a poligamia entre o Seu povo. Um dos motivos pode ter sido o de proporcionar um lar seguro para as mulheres solteiras que não tinham outra maneira segura de se sustentar na sociedade patriarcal e dominada pelos homens do mundo antigo. Naquela época da história, as mulheres não eram educadas ou treinadas para trabalhar e, portanto, dependiam dos membros masculinos de suas famílias para protegê-las e sustentá-las. Como as únicas opções eram a prostituição, a escravidão ou a fome, muitas mulheres solteiras recorriam ao concubinato.

A poligamia também serviu para desenvolver o crescimento da humanidade em um ritmo muito mais rápido, cumprindo a ordem de Deus de "sede fecundos e multiplicai-vos em número; multiplicai-vos na terra e multiplicai-vos sobre ela" (Gênesis 9:7). Talvez Deus tenha tolerado a poligamia nos tempos antigos para resolver alguns desses problemas, mas o Novo Testamento especifica claramente a intenção ideal de Deus para o casamento, que é a união de um homem e uma mulher para toda a vida (Efésios 5:22-33; 1 Timóteo 3:2, 12; Tito 1:6).