Pergunta

O que significa o fato de que, nos dias dos juízes, cada um fazia o que era certo aos seus próprios olhos (Juízes 17:6)?

Resposta
Alguns versículos da Bíblia são incorporados como notas de rodapé do escritor ou narrador para ajudar a interpretar ou explicar como certos eventos podem ocorrer. Um exemplo aparece em Juízes 17:6: "Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais certo". O mesmo comentário se repete no versículo final do livro: "Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais certo" (Juízes 21:25).

Cada um fazia o que parecia certo aos seus próprios olhos, o que equivale a dizer que havia um estado de anarquia em Israel. A frase tem origem no Pentateuco. O período de peregrinação de Israel pelo deserto foi uma época instável em que alguns dos sacrifícios e dízimos não estavam sendo oferecidos. Moisés descreveu esse período como "cada um fazendo o que bem lhe parecia" (Deuteronômio 12:8). A adoração aleatória daqueles dias terminaria na Terra Prometida, o que permitiria um modo mais estável de vida comunitária (Deuteronômio 12:9-14).

Os dias dos juízes foram tempos sombrios e preocupantes para a nação de Israel. Moisés havia ordenado ao povo que fizesse o que era certo aos olhos de Deus (Êxodo 15:26; Deuteronômio 6:18; 12:25, 28; 13:19; 21:9). Mas, após a morte de Moisés e depois de Josué, o povo rapidamente se desviou. Juízes 17 é o relato de Miquéias e sua família, fornecido como um exemplo da corrupção generalizada que estava ocorrendo entre o povo. A idolatria e a confusão moral eram desenfreadas. Sem um rei sobre o povo, cada um fazia o que era certo aos seus próprios olhos. Não havia uma autoridade governamental central para manter a disciplina e a ordem em Israel, e o resultado era a falta de lei.

Eles faziam o que era certo aos seus próprios olhos é equivalente à filosofia atual de que "se parece certo, então faça" ou "você é você". Hoje em dia, nós "fazemos o que queremos" e cantamos músicas que dizem: "Fiz do meu jeito", como se isso fosse uma coisa boa. Mas esse subjetivismo moral colocou Israel em apuros, levando a nação às profundezas da depravação e da decadência moral. Isso fará o mesmo com as sociedades atuais.

Deus tem um caminho absolutamente correto explicado para nós em Sua Palavra. Provérbios 14:34 diz o seguinte: "A justiça é a glória da nação, mas o pecado é a vergonha dos povos". O mesmo provérbio adverte: "Há caminho que ao ser humano parece direito, mas o fim dele é caminho de morte" (Provérbios 14:12).

Se cada um faz o que é certo aos seus próprios olhos, surgem a confusão espiritual e a transigência, e as nações caem em desgraça. Deus chama o Seu povo à obediência e à conformidade com os padrões de vida correta em Sua Palavra: "Ele dará vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; mas ira e indignação para os egoístas, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça. Tribulação e angústia virão sobre todo aquele que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego; mas haverá glória, honra e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego. Porque Deus não trata as pessoas com parcialidade" (Romanos 2:7-11).

Felizmente, quando invocamos o nome de Jesus, somos corrigidos aos olhos de Deus por meio da obra de redenção de Jesus Cristo (1 Coríntios 6:9-11; Romanos 8:3-4). O Espírito de Deus nos guia e nos capacita a viver vidas justas e santas para que não façamos mais o que queremos, mas vivamos para agradá-lo (Romanos 8:11-14; Gálatas 5:19-24; Efésios 4:22-24; Filipenses 2:12-13; Hebreus 8:10).