Pergunta

Por que a Lei do Antigo Testamento fala tanto sobre o mofo?

Resposta
Muitos lares modernos têm problemas de mofo ou bolor, e isso é um problema de saúde, pois a exposição ao mofo afeta nosso corpo de forma adversa. A Bíblia fala sobre o assunto de mofo em Levítico 14:33-48. A palavra original traduzida como "mofo" ou "bolor" nessa passagem é literalmente a palavra para "lepra". Deus queria que o Seu povo vivesse em um ambiente livre de mofo, demonstrando a Sua preocupação com o bem-estar deles.

Sabemos hoje que a presença de mofo ou bolor em uma casa contribui para alergias, asma, bronquite e outras dificuldades respiratórias. A Lei Mosaica ordenou que os israelitas removessem o mofo de suas casas e deu instruções passo a passo sobre como fazer isso. O Senhor os obrigou a tomar medidas preventivas para proteger a sua saúde. Tanto naquela época quanto agora, era importante se livrar do mofo.

Deus falou a Moisés para dar as instruções sobre o que fazer quando os israelitas se mudassem para Canaã e encontrassem mofo em uma casa: o proprietário da casa deveria contar ao sacerdote sobre o mofo (Levítico 14:35). O sacerdote então ordenava que a casa fosse esvaziada e entrava e inspecionava a casa. Se o mofo tivesse listras esverdeadas ou avermelhadas e parecesse correr abaixo da superfície da parede, o sacerdote colocaria a casa em quarentena por sete dias (versículos 36-38). Durante a quarentena, qualquer pessoa que entrasse na casa ficaria cerimonialmente impura até a noite; qualquer pessoa que dormisse ou comesse na casa deveria lavar suas roupas (versículos 46-47).

Após a quarentena de uma semana, o sacerdote reexaminaria a casa. Se o mofo tivesse se espalhado, então eram tomadas medidas mais drásticas: "Ele ordenará que arranquem as pedras em que estiver a praga e que as lancem fora da cidade num lugar impuro; e fará raspar a casa por dentro, ao redor, e o pó que houverem raspado lançarão, fora da cidade, num lugar impuro. Depois pegarão outras pedras e as colocarão no lugar das primeiras; e rebocarão a casa com outra argamassa" (Levítico 14:40-42). Seguiu-se outro período de quarentena.

Após a remoção das partes infectadas da casa, o sacerdote retornava para mais uma inspeção. Se o mofo tivesse reaparecido no novo reboco, o sacerdote o declararia como "mofo persistente e contaminador" e a própria casa como "impura" (Levítico 14:44). Nesse caso, só restava uma coisa a fazer: "Deve ser demolida - suas pedras, madeiras e todo o reboco - e levada para fora da cidade, para um lugar impuro" (versículo 45).

Se, no entanto, o mofo ou bolor não tivesse se espalhado após a reforma, o sacerdote declararia a casa "limpa" (Levítico 14:48). A casa seria então purificada cerimonialmente em um ritual único que envolvia duas aves, água, madeira de cedro, fio de escarlate e um vaso de barro (versículos 49-53).

Outro motivo, além da saúde física, para a discussão bíblica sobre o mofo (ou "lepra") em uma casa pode ser o fato de ser uma ilustração gráfica do pecado. Assim como a lepra na pele, o mofo em uma casa é destrutivo, insalubre e impuro. A Lei do Antigo Testamento ensinava que o mofo, assim como o pecado, tinha uma influência debilitante na casa de uma pessoa. Como o pecado, ele se espalharia. Como o pecado sem controle, ele levaria à destruição total. E, assim como o pecado, só poderia ser erradicado por meio da ação de um sacerdote com um sacrifício de sangue.