Pergunta
Qual é a diferença entre exegese e eisegese?
Resposta
A exegese e a eisegese são duas abordagens conflitantes no estudo da Bíblia. Exegese é a exposição ou explicação de um texto com base em uma análise cuidadosa e objetiva. A palavra exegese significa literalmente "conduzir a partir de". Isso significa que o intérprete é levado a suas conclusões seguindo o texto.
A abordagem oposta às Escrituras é a eisegese, que é a interpretação de uma passagem com base em uma leitura subjetiva e não analítica. A palavra eisegesis significa literalmente "levar para dentro", o que significa que o intérprete injeta suas próprias ideias no texto, fazendo com que ele signifique o que ele quiser.
Obviamente, somente a exegese faz justiça ao texto. A eisegese é um manuseio incorreto do texto e geralmente leva a uma interpretação errônea. A exegese se preocupa em descobrir o verdadeiro significado do texto, respeitando sua gramática, sintaxe e contexto. A eisegese se preocupa apenas em defender um ponto de vista, mesmo às custas do significado das palavras.
Segunda Timóteo 2:15 nos ordena a usar métodos exegéticos: "Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." Um estudante honesto da Bíblia será um exegeta, permitindo que o texto fale por si mesmo. A exegese se presta facilmente ao erro, pois o pretenso intérprete tenta alinhar o texto com suas próprias noções preconcebidas. A exegese nos permite concordar com a Bíblia; a eisegese procura forçar a Bíblia a concordar conosco.
O processo de exegese envolve 1) observação: o que a passagem diz? 2) interpretação: o que a passagem quer dizer? 3) correlação: como a passagem se relaciona com o restante da Bíblia? e 4) aplicação: como essa passagem deve afetar minha vida?
A eisegese, por outro lado, envolve 1) imaginação: que ideia eu quero apresentar? 2) exploração: que passagem das Escrituras parece se encaixar em minha ideia? e 3) aplicação: o que minha ideia significa? Observe que, na eisegese, não há exame das palavras do texto ou de sua relação entre si, nenhuma referência cruzada com passagens relacionadas e nenhum desejo real de entender o significado real. A Escritura serve apenas como um suporte para a ideia do intérprete.
Para ilustrar, vamos usar as duas abordagens no tratamento de uma passagem:
2 Crônicas 27:1-2
"Jotão tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalém. A mãe dele se chamava Jerusa e era filha de Zadoque. Fez o que era reto aos olhos do Senhor, segundo tudo o que Uzias, seu pai, havia feito, exceto que não entrou no templo do Senhor. E o povo continuava na prática do mal."
EISEGESE
Primeiro, o intérprete escolhe um tópico. Hoje, é "A importância da frequência à igreja". O intérprete lê 2 Crônicas 27:1-2 e vê que o rei Jotão era um bom rei, assim como seu pai Uzias havia sido, exceto por uma coisa: ele não ia ao templo! Essa passagem parece se encaixar em sua ideia, então ele a usa. O sermão resultante trata da necessidade de transmitir valores divinos de uma geração para a outra. O fato de o rei Uzias ir ao templo toda semana não significava que seu filho continuaria com essa prática. Da mesma forma, muitos jovens de hoje tragicamente abandonam o treinamento de seus pais, e a frequência à igreja diminui. O sermão termina com uma pergunta: "Quantas bênçãos Jotão deixou de receber, simplesmente porque negligenciou a igreja?"
Certamente, não há nada de errado em pregar sobre a frequência à igreja ou a transmissão de valores. E uma leitura superficial de 2 Crônicas 27:1-2 parece apoiar essa passagem como uma ilustração adequada. Entretanto, a interpretação acima está totalmente errada. O fato de Jotão não ir ao templo não foi errado; na verdade, foi muito bom, como a abordagem adequada da passagem mostrará.
EXEGESE
Primeiro, o intérprete lê a passagem e, para entender completamente o contexto, lê as histórias de Uzias e Jotão (2 Crônicas 26-27; 2 Reis 15:1-6, 32-38). Em sua observação, ele descobre que o rei Uzias era um bom rei que, no entanto, desobedeceu ao Senhor quando foi ao templo e ofereceu incenso no altar - algo que somente um sacerdote tinha o direito de fazer (2 Crônicas 26:16-20). O orgulho de Uzias e sua contaminação do templo resultaram em "lepra até o dia de sua morte" (2 Crônicas 26:21).
Precisando saber por que Uzias passou o resto de sua vida em isolamento, o intérprete estuda Levítico 13:46 e faz algumas pesquisas sobre lepra. Em seguida, ele compara o uso da doença como punição em outras passagens, como 2 Reis 5:27; 2 Crônicas 16:12; e 21:12-15.
A essa altura, o exegeta entende algo importante: quando a passagem diz que Jotão "não entrou no templo do SENHOR", significa que ele não repetiu o erro de seu pai. Uzias havia usurpado orgulhosamente o cargo de sacerdote; Jotão foi mais obediente.
O sermão resultante pode tratar da disciplina do Senhor para Seus filhos, da bênção da obediência total ou de nossa necessidade de aprender com os erros do passado em vez de repeti-los.
É claro que a exegese leva mais tempo do que a eisegese. Mas se quisermos ser aqueles obreiros "que manejam corretamente a palavra da verdade", então precisamos dedicar tempo para realmente entender o texto. A exegese é o único caminho.
A abordagem oposta às Escrituras é a eisegese, que é a interpretação de uma passagem com base em uma leitura subjetiva e não analítica. A palavra eisegesis significa literalmente "levar para dentro", o que significa que o intérprete injeta suas próprias ideias no texto, fazendo com que ele signifique o que ele quiser.
Obviamente, somente a exegese faz justiça ao texto. A eisegese é um manuseio incorreto do texto e geralmente leva a uma interpretação errônea. A exegese se preocupa em descobrir o verdadeiro significado do texto, respeitando sua gramática, sintaxe e contexto. A eisegese se preocupa apenas em defender um ponto de vista, mesmo às custas do significado das palavras.
Segunda Timóteo 2:15 nos ordena a usar métodos exegéticos: "Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." Um estudante honesto da Bíblia será um exegeta, permitindo que o texto fale por si mesmo. A exegese se presta facilmente ao erro, pois o pretenso intérprete tenta alinhar o texto com suas próprias noções preconcebidas. A exegese nos permite concordar com a Bíblia; a eisegese procura forçar a Bíblia a concordar conosco.
O processo de exegese envolve 1) observação: o que a passagem diz? 2) interpretação: o que a passagem quer dizer? 3) correlação: como a passagem se relaciona com o restante da Bíblia? e 4) aplicação: como essa passagem deve afetar minha vida?
A eisegese, por outro lado, envolve 1) imaginação: que ideia eu quero apresentar? 2) exploração: que passagem das Escrituras parece se encaixar em minha ideia? e 3) aplicação: o que minha ideia significa? Observe que, na eisegese, não há exame das palavras do texto ou de sua relação entre si, nenhuma referência cruzada com passagens relacionadas e nenhum desejo real de entender o significado real. A Escritura serve apenas como um suporte para a ideia do intérprete.
Para ilustrar, vamos usar as duas abordagens no tratamento de uma passagem:
2 Crônicas 27:1-2
"Jotão tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalém. A mãe dele se chamava Jerusa e era filha de Zadoque. Fez o que era reto aos olhos do Senhor, segundo tudo o que Uzias, seu pai, havia feito, exceto que não entrou no templo do Senhor. E o povo continuava na prática do mal."
EISEGESE
Primeiro, o intérprete escolhe um tópico. Hoje, é "A importância da frequência à igreja". O intérprete lê 2 Crônicas 27:1-2 e vê que o rei Jotão era um bom rei, assim como seu pai Uzias havia sido, exceto por uma coisa: ele não ia ao templo! Essa passagem parece se encaixar em sua ideia, então ele a usa. O sermão resultante trata da necessidade de transmitir valores divinos de uma geração para a outra. O fato de o rei Uzias ir ao templo toda semana não significava que seu filho continuaria com essa prática. Da mesma forma, muitos jovens de hoje tragicamente abandonam o treinamento de seus pais, e a frequência à igreja diminui. O sermão termina com uma pergunta: "Quantas bênçãos Jotão deixou de receber, simplesmente porque negligenciou a igreja?"
Certamente, não há nada de errado em pregar sobre a frequência à igreja ou a transmissão de valores. E uma leitura superficial de 2 Crônicas 27:1-2 parece apoiar essa passagem como uma ilustração adequada. Entretanto, a interpretação acima está totalmente errada. O fato de Jotão não ir ao templo não foi errado; na verdade, foi muito bom, como a abordagem adequada da passagem mostrará.
EXEGESE
Primeiro, o intérprete lê a passagem e, para entender completamente o contexto, lê as histórias de Uzias e Jotão (2 Crônicas 26-27; 2 Reis 15:1-6, 32-38). Em sua observação, ele descobre que o rei Uzias era um bom rei que, no entanto, desobedeceu ao Senhor quando foi ao templo e ofereceu incenso no altar - algo que somente um sacerdote tinha o direito de fazer (2 Crônicas 26:16-20). O orgulho de Uzias e sua contaminação do templo resultaram em "lepra até o dia de sua morte" (2 Crônicas 26:21).
Precisando saber por que Uzias passou o resto de sua vida em isolamento, o intérprete estuda Levítico 13:46 e faz algumas pesquisas sobre lepra. Em seguida, ele compara o uso da doença como punição em outras passagens, como 2 Reis 5:27; 2 Crônicas 16:12; e 21:12-15.
A essa altura, o exegeta entende algo importante: quando a passagem diz que Jotão "não entrou no templo do SENHOR", significa que ele não repetiu o erro de seu pai. Uzias havia usurpado orgulhosamente o cargo de sacerdote; Jotão foi mais obediente.
O sermão resultante pode tratar da disciplina do Senhor para Seus filhos, da bênção da obediência total ou de nossa necessidade de aprender com os erros do passado em vez de repeti-los.
É claro que a exegese leva mais tempo do que a eisegese. Mas se quisermos ser aqueles obreiros "que manejam corretamente a palavra da verdade", então precisamos dedicar tempo para realmente entender o texto. A exegese é o único caminho.