Pergunta
O que é a Carta do Rei Abgar a Jesus?
Resposta
A Carta do Rei Abgar a Jesus, ou a Carta de Abgar, é um documento escrito originalmente em siríaco que pretende ser uma carta a Jesus e a suposta resposta de Jesus. O historiador da igreja Eusébio, bispo de Cesaréia (c. 260-340), traduziu a carta para o grego para incluí-la em sua Historia Ecclesiastica. Ao longo dos séculos, várias lendas surgiram em torno da Carta de Abgar.
O rei que supostamente enviou a carta a Jesus foi Abgar V, rei de Edessa. Edessa era a capital de Osroene e uma importante cidade mesopotâmica no extremo norte do planalto sírio (no que hoje é o sudeste da Turquia). Atualmente, Edessa é chamada de Urfa. A carta é bastante curta. Nela, o rei Abgar diz a Jesus que ouviu falar dos milagres que Jesus estava realizando e pede que o Senhor vá a Edessa e o cure de uma doença. O rei também convida Jesus a ficar em Edessa, onde estaria protegido da animosidade dos judeus em Jerusalém. Abgar enviou a carta a Jesus por meio de um mensageiro chamado Ananias.
Na resposta à carta de Abgar, Jesus supostamente escreveu: "Bem-aventurado és tu que creste em mim, não me tendo visto", mas depois se recusou a visitar Edessa, citando Sua necessidade de terminar Seu trabalho em Jerusalém. Jesus prometeu, no entanto, enviar um discípulo mais tarde para curar Abgar. De acordo com a lenda, o discípulo que curou o rei Abgar após a ascensão de Jesus foi Judas Tadeu, também chamado de Addai, que era um dos 70 (ou 72) discípulos mencionados em Lucas 10:1.
Mais tarde, outra passagem foi acrescentada à Carta do Rei Abgar a Jesus. Nela, Jesus prometeu que, onde quer que a carta estivesse, aquele lugar teria proteção contra os inimigos. Naturalmente, foram feitas cópias da carta e distribuídas a várias cidades que desejavam proteção divina. As pessoas até começaram a carregar cópias da carta em seus corpos como amuletos de boa sorte para afastar o mal.
Outras superstições também começaram a surgir. Uma lenda que se tornou popular na Idade Média era a de que havia uma imagem de Jesus Cristo associada à Carta do Rei Abgar. No início, dizia-se que a imagem havia sido pintada por Hannan, um pintor da corte em Edessa que havia realmente visto Cristo. Mais tarde, começou a circular a história de que o retrato apareceu por conta própria, por meio de uma ação divina, e que foi a imagem que curou o rei Abgar. O monge João de Damasco forneceu detalhes mais fantásticos, dizendo que Jesus havia pressionado o Seu rosto em um pano, fazendo com que a imagem aparecesse milagrosamente. Essa imagem de Jesus é chamada de Imagem de Edessa ou Sagrada Face de Edessa. Na Igreja Ortodoxa Oriental, a imagem é chamada de Mandylion e é considerada uma relíquia sagrada, o primeiro ícone.
A Carta do Rei Abgar a Jesus afirma incluir uma correspondência do próprio Jesus. O problema com isso é que, embora a Bíblia mostre Jesus ensinando oralmente, ela nunca o mostra escrevendo. A palavra escrita não era a forma como Jesus operava. Jesus deixou a Igreja - não um conjunto de escritos. Ele disse: "Tenho-vos dito isso, estando convosco. MasaqueleConsolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (João 14:25-26). Para se lembrarem do que Jesus havia dito, os apóstolos deveriam confiar no Espírito Santo. Não havia nenhum texto escrito para eles consultarem.
O fato de o registro bíblico não nos dizer nada sobre a escrita de Jesus torna suspeita qualquer alegação de que alguém tenha um documento escrito por Jesus. Jesus ensinou os discípulos, e o Espírito Santo ajudou na lembrança e na interpretação, permitindo que os apóstolos entregassem o cânone do Novo Testamento.
O consenso dos estudiosos da Bíblia é que a Carta do Rei Abgar a Jesus é fraudulenta. O documento provavelmente foi escrito no século III d.C. e depois colocado onde Eusébio o encontraria. Isso não quer dizer que algum tipo de carta nunca tenha existido. A questão diz respeito à autoria e à data da carta. Acredita-se que a base da lenda que envolve a carta seja o rei sírio Abgar IX, que se converteu ao cristianismo no final do século II.
Embora fosse falsa, a Carta de Abgar era considerada real por muitos na igreja do século III. A carta chegou até mesmo a ser usada na liturgia. Hoje, o rei Abgar é considerado santo na Igreja Ortodoxa Oriental (com festas em sua homenagem em 11 de maio e 28 de outubro) e na Igreja Ortodoxa Siríaca (com uma festa em 1º de agosto).
O cristianismo bíblico é definido por sua autoridade: o cânone de sessenta e seis livros. Ele não tem espaço para relíquias, imagens ou supostas cartas de Jesus. A carta espúria do rei Abgar a Jesus é um argumento para evitar quaisquer adendos, suplementos ou acréscimos às Escrituras.
O rei que supostamente enviou a carta a Jesus foi Abgar V, rei de Edessa. Edessa era a capital de Osroene e uma importante cidade mesopotâmica no extremo norte do planalto sírio (no que hoje é o sudeste da Turquia). Atualmente, Edessa é chamada de Urfa. A carta é bastante curta. Nela, o rei Abgar diz a Jesus que ouviu falar dos milagres que Jesus estava realizando e pede que o Senhor vá a Edessa e o cure de uma doença. O rei também convida Jesus a ficar em Edessa, onde estaria protegido da animosidade dos judeus em Jerusalém. Abgar enviou a carta a Jesus por meio de um mensageiro chamado Ananias.
Na resposta à carta de Abgar, Jesus supostamente escreveu: "Bem-aventurado és tu que creste em mim, não me tendo visto", mas depois se recusou a visitar Edessa, citando Sua necessidade de terminar Seu trabalho em Jerusalém. Jesus prometeu, no entanto, enviar um discípulo mais tarde para curar Abgar. De acordo com a lenda, o discípulo que curou o rei Abgar após a ascensão de Jesus foi Judas Tadeu, também chamado de Addai, que era um dos 70 (ou 72) discípulos mencionados em Lucas 10:1.
Mais tarde, outra passagem foi acrescentada à Carta do Rei Abgar a Jesus. Nela, Jesus prometeu que, onde quer que a carta estivesse, aquele lugar teria proteção contra os inimigos. Naturalmente, foram feitas cópias da carta e distribuídas a várias cidades que desejavam proteção divina. As pessoas até começaram a carregar cópias da carta em seus corpos como amuletos de boa sorte para afastar o mal.
Outras superstições também começaram a surgir. Uma lenda que se tornou popular na Idade Média era a de que havia uma imagem de Jesus Cristo associada à Carta do Rei Abgar. No início, dizia-se que a imagem havia sido pintada por Hannan, um pintor da corte em Edessa que havia realmente visto Cristo. Mais tarde, começou a circular a história de que o retrato apareceu por conta própria, por meio de uma ação divina, e que foi a imagem que curou o rei Abgar. O monge João de Damasco forneceu detalhes mais fantásticos, dizendo que Jesus havia pressionado o Seu rosto em um pano, fazendo com que a imagem aparecesse milagrosamente. Essa imagem de Jesus é chamada de Imagem de Edessa ou Sagrada Face de Edessa. Na Igreja Ortodoxa Oriental, a imagem é chamada de Mandylion e é considerada uma relíquia sagrada, o primeiro ícone.
A Carta do Rei Abgar a Jesus afirma incluir uma correspondência do próprio Jesus. O problema com isso é que, embora a Bíblia mostre Jesus ensinando oralmente, ela nunca o mostra escrevendo. A palavra escrita não era a forma como Jesus operava. Jesus deixou a Igreja - não um conjunto de escritos. Ele disse: "Tenho-vos dito isso, estando convosco. MasaqueleConsolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (João 14:25-26). Para se lembrarem do que Jesus havia dito, os apóstolos deveriam confiar no Espírito Santo. Não havia nenhum texto escrito para eles consultarem.
O fato de o registro bíblico não nos dizer nada sobre a escrita de Jesus torna suspeita qualquer alegação de que alguém tenha um documento escrito por Jesus. Jesus ensinou os discípulos, e o Espírito Santo ajudou na lembrança e na interpretação, permitindo que os apóstolos entregassem o cânone do Novo Testamento.
O consenso dos estudiosos da Bíblia é que a Carta do Rei Abgar a Jesus é fraudulenta. O documento provavelmente foi escrito no século III d.C. e depois colocado onde Eusébio o encontraria. Isso não quer dizer que algum tipo de carta nunca tenha existido. A questão diz respeito à autoria e à data da carta. Acredita-se que a base da lenda que envolve a carta seja o rei sírio Abgar IX, que se converteu ao cristianismo no final do século II.
Embora fosse falsa, a Carta de Abgar era considerada real por muitos na igreja do século III. A carta chegou até mesmo a ser usada na liturgia. Hoje, o rei Abgar é considerado santo na Igreja Ortodoxa Oriental (com festas em sua homenagem em 11 de maio e 28 de outubro) e na Igreja Ortodoxa Siríaca (com uma festa em 1º de agosto).
O cristianismo bíblico é definido por sua autoridade: o cânone de sessenta e seis livros. Ele não tem espaço para relíquias, imagens ou supostas cartas de Jesus. A carta espúria do rei Abgar a Jesus é um argumento para evitar quaisquer adendos, suplementos ou acréscimos às Escrituras.