Pergunta
O que são tesouros terrenos (Mateus 6:19)?
Resposta
A expressão "tesouros terrenos" tem origem em Mateus 6:19: "Não acumulem tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam". Essa ordem está ligada à do versículo seguinte: "mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam."
Jesus contrasta os tesouros terrenos com os celestiais, afirmando claramente que os últimos são mais importantes. Os tesouros celestiais são eternos, enquanto os terrestres são temporários e podem ser destruídos.
O termo "tesouros terrenos" refere-se à riqueza material e às posses. Os tesouros englobam qualquer coisa de valor significativo e, no contexto de Mateus 6:19, incluem riquezas e bens na Terra. Casas, carros e até mesmo roupas se enquadram nos tesouros terrenos. Nos tempos antigos, os ricos valorizavam itens como roupas, ouro, prata, vestimentas, etc. As definições modernas de riqueza podem variar um pouco em relação às prioridades antigas, mas há uma sobreposição.
O ensinamento de Jesus sobre os tesouros terrenos faz parte do Sermão da Montanha. Essa série de ensinamentos continua a cativar cristãos e não cristãos hoje, assim como cativou os ouvintes iniciais (Mateus 7:28-29). No início de Mateus 6, Jesus demonstra como realizar adequadamente práticas justas como doação, jejum e oração. Em seguida, Ele volta a Sua atenção para a questão do dinheiro.
A advertência contra o armazenamento de tesouros terrenos parece bastante clara, mas levanta várias questões. É errado economizar e investir? Jesus está dizendo que não devemos acumular riqueza? E quanto a instrumentos financeiros como uma conta de poupança ou aposentadoria?
Outras partes das Escrituras sugerem a sabedoria da gestão financeira e da poupança adequadas (Provérbios 13:11, 22; Gênesis 41:25-36; Mateus 25:14-30). A prudência e o planejamento responsável são bons valores cristãos. Devemos ter cautela ao usar Mateus 6:19 para endossar a teologia da pobreza ou até mesmo o minimalismo cristão.
Jesus está preocupado com nossas prioridades e adverte contra a acumulação, ou seja, armazenar tesouros terrenos por causa disso. Muitas pessoas acumulam riquezas por medo de perdê-las, por status social ou para obter aprovação. A questão não é se devemos administrar nosso dinheiro com sabedoria, mas, sim, por que economizamos? Também devemos observar a natureza efêmera do dinheiro e das posses. Como diz o ditado moderno, "você não pode levá-lo com você".
Em vez de acumular dinheiro e adquirir infinitamente bens terrenos, nosso foco deve estar naquilo que Deus considera mais importante. Afinal de contas, é no coração que está o nosso tesouro (Mateus 6:21). A retidão, a sabedoria, a justiça, a paz, o amor e as boas ações têm mais valor eterno do que aparecer na lista da Forbes. Armazenamos tesouros celestiais ao canalizarmos nossos recursos para preocupações piedosas. Por exemplo, os cristãos abastados podem investir em viagens missionárias ou obras de caridade em vez de comprar carros, barcos ou casas de veraneio desnecessários.
O princípio de Mateus 6:19 também pode se aplicar à quantidade de tempo e energia que alocamos para assuntos espirituais em vez de ganhar dinheiro. Ser viciado em trabalho não é uma característica cristã e pode prejudicar o crescimento espiritual. Devemos alocar tempo adequado para atividades como a leitura da Bíblia, a oração e a comunhão com os irmãos.
Várias passagens bíblicas apóiam os ensinamentos de Jesus sobre os tesouros terrenos. Em sua instrução a Timóteo, Paulo escreve:
Exorte os ricos deste mundo a que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para o nosso prazer. Que eles façam o bem, sejam ricos em boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; ajuntando para si mesmos um tesouro que é sólido fundamento para o futuro, a fim de tomarem posse da verdadeira vida. (1 Timóteo 6:17-19)
O escritor de Hebreus também nos exorta a viver uma vida livre do amor ao dinheiro (Hebreus 13:5). Paulo se refere a esse amor como "raiz de toda espécie de males" (1 Timóteo 6:10), enquanto Salomão o considera uma vaidade (Eclesiastes 5:10).
Para Jesus, nossa perspectiva sobre os tesouros terrenos é importante. Ele contou parábolas sobre o rico insensato (Lucas 12:16-21), os talentos (Mateus 25:14-30) e o administrador injusto (Lucas 16:1-13), todas elas tratando da natureza fugaz do dinheiro, dos perigos do materialismo e da importância da administração responsável. Devemos servir a Deus, não ao dinheiro (Mateus 6:24).
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O que são tesouros terrenos (Mateus 6:19)?
