Pergunta
O disfarce escondido em uma música pode ser espiritualmente perigoso?
Resposta
Backmasking, ou mascaramento escondido, é uma técnica de áudio na qual uma mensagem de voz ou uma série de sons é gravada de trás para frente em uma faixa de áudio destinada a ser reproduzida para frente. O backmasking é um processo consciente feito por um indivíduo com a intenção de reverter partes do áudio. O backmasking é diferente da inversão fonética, na qual uma palavra invertida soa como outra palavra.
Embora o backmasking tenha entrado em sua fase experimental na década de 1950, a técnica foi popularizada no álbum Revolver, dos Beatles, de 1966, que incluía instrumentação retroativa. Desde aquela época, muitos outros artistas utilizaram o backmasking para efeitos estéticos, cômicos ou satíricos. As edições de rádio "limpas" geralmente empregam backmasking para censurar palavrões ou frases ofensivas em músicas explícitas. Reproduzir faixas de áudio para trás era algo relativamente simples na era dos LPs de vinil e da fita magnética de áudio. Na era digital, a capacidade de reproduzir faixas de áudio ao contrário tornou-se difícil sem o uso de equipamentos ou softwares especiais, e o interesse em descobrir mensagens ocultas nas músicas diminuiu.
O backmasking tem sido uma questão controversa entre os cristãos, especialmente nas décadas de 1970 e 1980, quando vários grupos cristãos alegaram que mensagens satânicas estavam sendo inseridas na música secular por meio do backmasking. A maioria dos músicos nega o uso do backmasking para promover o satanismo. Entretanto, o fato é que essa técnica tem sido usada por algumas bandas para inserir deliberadamente mensagens em suas músicas. O fato de essas mensagens representarem ou não uma ameaça para os ouvintes pode ser debatido.
Os oponentes do backmasking alegam que as mensagens ocultas têm um efeito subliminar sobre o ouvinte, pois o subconsciente tenta decifrar os sons invertidos. Há dois problemas com esse argumento. Primeiro, as mensagens subliminares só são bem-sucedidas se o destinatário já estiver considerando ou planejando fazer o que está sendo sugerido. Além disso, estudos demonstraram que as mensagens subliminares auditivas têm pouco ou nenhum efeito sobre o ouvinte.
Em segundo lugar, o cérebro humano é predisposto a procurar padrões, um fenômeno psicológico chamado pareidolia. Pareidolia é a percepção de um padrão familiar, como a linguagem, quando na verdade não existe nenhum padrão. Todos nós já experimentamos esse fenômeno, seja encontrando um animal nas nuvens, vendo um homem na lua ou ouvindo uma mensagem oculta em uma música tocada ao contrário ou em velocidade maior ou menor do que o normal. Quando uma faixa de áudio é reproduzida para frente ou para trás, a mente do ouvinte tentará dar sentido ao que está sendo ouvido. Assim, uma pessoa pode perceber palavras que não foram inseridas intencionalmente.
Algumas alegações de backmasking em músicas, em que o artista negou o uso de backmasking, podem ser um simples caso de pareidolia; se uma pessoa estiver procurando por determinadas palavras no áudio reverso de uma música, provavelmente as encontrará. Em outros casos, o backmasking foi definitivamente usado, e os músicos admitiram isso. No final das contas, a vida de um cristão não será afetada pelo backmasking nas músicas, a menos que ele procure por isso e permita que a mensagem oculta se instale em sua mente.
Embora o backmasking não precise ser uma grande preocupação, ainda assim devemos estar atentos aos tipos de música que permitimos que ocupem nossa mente. A Bíblia ensina que tudo aquilo em que a mente se detém, mais cedo ou mais tarde, se manifestará nas palavras e ações de uma pessoa (Filipenses 4:8; Colossenses 3:2, 5). 2 Coríntios 10:5, devemos "levar cativo todo pensamento para que obedeça a Cristo." Mais importante do que descobrir se uma música tem backmasking é considerar as letras das músicas e como a música nos afeta pessoalmente. Se alguma coisa nos leva a um caminho que não glorifica a Deus, ela deve ser evitada.
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