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Pergunta

Um cristão pode ser pró-vida pessoalmente, mas pró-escolha politicamente?

Resposta


Poucas questões nos Estados Unidos são tão polêmicas quanto o aborto. Uma abordagem comum à controvérsia tenta separar as visões morais das visões políticas com declarações como estas:

Pessoalmente, sou contra o aborto, mas não acho que ele deva ser ilegal.

As mulheres devem ter o direito de escolher, embora eu nunca pudesse fazer um aborto.

O aborto é errado, mas o governo não deve legislar sobre moralidade.

Não devemos impor nossas crenças religiosas a outras pessoas.


Cidadãos comuns podem usar essas declarações para evitar uma discussão. Os políticos costumam usá-las para agradar os eleitores pró-vida e, ao mesmo tempo, cooperar com os eleitores pró-aborto. Na melhor das hipóteses, essas declarações são inconsistentes. Na pior, são enganosas.

Toda lei, sem exceção, baseia-se em algum princípio moral subjacente. Algumas leis são consideradas óbvias, especialmente aquelas que proíbem danos evidentes a outros: por exemplo, leis contra roubo, fraude ou violência. A cosmovisão bíblica indica que os não nascidos são seres humanos inocentes. Isso torna o aborto um ato de assassinato. As declarações acima parecem horríveis quando suas implicações práticas são esclarecidas:

Pessoalmente, sou contra o assassinato de crianças, mas não acho que isso deva ser ilegal.

As mulheres devem ter o direito de escolher matar seus filhos, embora eu jamais pudesse matar os meus.

Matar crianças é errado, mas o governo não deve legislar sobre moralidade.

Não devemos impor nossas crenças religiosas àqueles que querem matar bebês.


É possível entender melhor o problema com essa abordagem substituindo-a por outras questões morais. Ninguém afirma que "imoral, não ilegal" deve se aplicar a tudo, porque em alguns casos isso seria absurdo. Deveria se aplicar ao estupro? Ou agressão? Adultério? Dizer coisas maldosas? Usar palavrões? O exercício de reflexão revela as diferenças entre os indivíduos, mas também reforça uma verdade universal: alguns princípios morais merecem ser aplicados por lei, mesmo que algumas pessoas discordem. Toda cultura se debate sobre onde e como fazer essa distinção, e não se a distinção deve ser feita.

A controvérsia se concentra em saber exatamente onde traçar a linha entre os princípios morais que são obrigatórios por lei e os que não são. Os julgamentos sobre áreas cinzentas diferem de pessoa para pessoa, mesmo entre cristãos fiéis (Romanos 14:1-10). Há sabedoria em acreditar que nem todas as nuances da crença religiosa devem ser impostas por tribunais seculares (1 Coríntios 5:9-13). A maioria dos cristãos reconhece o valor de alguma separação entre a igreja e o estado, principalmente porque "o estado" geralmente será hostil à fé bíblica (veja João 16:1-4; Atos 5:29; 1 Timóteo 2:1-2). A maioria dos cristãos também percebe que eles não são chamados para buscar o domínio político, mas para fazer discípulos fielmente (João 18:36; Mateus 28:19-20).

Entretanto, o aborto obviamente não está no mesmo nível de coisas como palavrões, embriaguez ou calúnia. O aborto não é definido principalmente em um nível pessoal e espiritual, como o pecado sexual ou o abuso de drogas. Tampouco é comparável a prejudicar os outros por meio de engano, fraude ou roubo. Entendido corretamente, o aborto significa matar pessoas: assassinar seres humanos inocentes. Isso está muito além da linha que até mesmo os secularistas traçam quando se trata de aceitar ideias morais legalmente impostas.

A morte injusta de outras pessoas é, sem dúvida, o exemplo mais claro e fácil de algo que as culturas civilizadas devem proibir. Detalhes minuciosos sempre estarão sujeitos a debate. Entretanto, afirmações como "Sou pessoalmente a favor da vida, mas politicamente a favor da escolha" não fazem sentido em nenhuma visão de mundo, muito menos na de um cristão bíblico. Os cristãos devem defender descaradamente a vida daqueles que estão no útero, ao mesmo tempo em que compartilham a verdade, explicam alternativas e oferecem recuperação às mulheres pressionadas a acabar com a vida de seus filhos ainda não nascidos.

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