Pergunta
É verdade que a vida e a morte estão no poder da língua?
Resposta
A "língua" é usada em toda a Escritura tanto de forma literal quanto metafórica, especialmente em Salmos, Provérbios e Tiago. A língua é uma "pequena parte do corpo" (Tiago 3:5), mas Provérbios 18:21 diz que ela "tem o poder da vida e da morte". Isso é verdadeiro se estivermos falando de "vida e morte" espiritual, física ou emocional.
Em primeiro lugar, devemos ter em mente que a palavra língua é frequentemente uma referência à palavra falada. Esse é um tipo especial de figura de linguagem chamada metonímia, em que uma palavra substitui outra palavra intimamente relacionada. Um exemplo comum de metonímia é visto nesta frase: "A Casa Branca emitiu uma declaração". É claro que a Casa Branca, como um prédio, não pode emitir declarações; no entanto, nesse caso, a Casa Branca se refere ao presidente, que mora lá. Da mesma forma, quando Provérbios 15:4 afirma: "A língua serena é árvore de vida", a língua é uma metonímia. Obviamente, uma língua literal e carnal não pode esmagar o espírito humano, mas as palavras que a língua produz podem.
Espiritual:
O que a nossa língua produz tem implicações eternas, pois revela o que está em nosso coração. Jesus disse que "a pessoa boa tira do tesouro bom coisas boas; mas a pessoa má do mau tesouro tira coisas más" (Mateus 12:35). Isaías coloca as palavras em pé de igualdade com as ações por demonstrarem um coração pecaminoso (Isaías 59:2-3). "Digo a vocês que, no Dia do Juízo, as pessoas darão conta de toda palavra inútil que proferirem" (Mateus 12:36). Em nós mesmos, somos totalmente incapazes de "domar a língua" porque "é mal incontido, cheio de veneno mortal" (Tiago 3:8). Uma língua sob controle é uma marca do poder do Espírito. Se não aceitarmos a expiação de Jesus na cruz, seremos julgados de acordo com nossas palavras: "porque pelas suas palavras, você será justificado e, pelas suas palavras, você será condenado" (Mateus 12:37).
Físico:
Para levar Provérbios 18:21 ao pé da letra - que a língua pode causar vida e morte físicas - não precisamos usar a nossa imaginação. As palavras criam ações, boas e ruins. Um juiz ou júri, simplesmente dizendo uma palavra, pode fazer com que uma pessoa seja morta ou viva. As palavras geralmente salvam vidas: um médico aconselha uma cirurgia, um meteorologista emite um aviso de tornado, um conselheiro dá esperança a um suicida. Por outro lado, as palavras também podem matar: os assassinatos geralmente são iniciados por causa de discussões ou ódio verbalizado. No sentido de causar ação, portanto, a língua tem de fato o poder da vida e da morte.
Emocional:
As emoções têm um efeito poderoso, mas são vulneráveis a ferimentos. Tiago descreve a língua como "um fogo" (Tiago 3:6) - e quem nunca foi queimado por ela? Provérbios 15:4 descreve uma língua "curadora" como "uma árvore da vida". Por mais que o amor seja uma ação, o que seria do romance sem palavras? O incentivo geralmente vem por meio de palavras faladas. O mesmo acontece com o desânimo. "Palavras precipitadas são como pontas de espada, mas as palavras dos sábios são remédio" (Provérbios 12:18). A ferida é emocional e profunda. O que dizemos pode ter um efeito profundo nos outros.
Conclusão:
Deus nos criou como seres expressivos, por isso estamos quase perdidos sem comunicação. É por isso que temos gravações de áudio e Braille para os cegos, linguagem de sinais para os surdos e escrita para qualquer pessoa que tenha algo a dizer de longe. De fato, a fala tem enormes implicações, especialmente como um veículo para compartilhar o evangelho (Romanos 10:14). Portanto, somos ordenados a controlar a língua: "Refreie a língua do mal e os lábios de falarem palavras enganosas" (Salmo 34:13). O discurso de um cristão deve honrar o Senhor de forma consistente: com a língua "bendizemos o Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos as pessoas, criadas à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, isso não deveria ser assim" (Tiago 3:9-10).
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É verdade que a vida e a morte estão no poder da língua?
