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Pergunta

O conceito da "pílula vermelha" é bíblico?

Resposta


No início do filme Matrix, de 1999, o personagem principal tem a opção de escolher entre duas pílulas. Tomar a pílula azul o deixará em uma feliz ignorância. Se ele tomar a pílula vermelha, conhecerá a verdade oculta e perturbadora - mas nunca mais poderá voltar atrás. Ele escolhe a pílula vermelha e rapidamente descobre que toda a sua realidade é uma simulação e uma prisão. Tomar a "pílula vermelha" tornou-se uma gíria para "ver através" de coisas como propaganda, teorias da conspiração e assim por diante. Geralmente é uma referência à consciência que desafia o controle e a autoridade existentes. Mais precisamente, refere-se à investigação deliberada de um tópico, levando a uma série de revelações crescentes sobre "a verdade".

O termo "pílula vermelha" é relativamente novo, mas o conceito em si não é. Na década de 1990, a série de televisão Arquivo X usava o slogan "The truth is out there" (A verdade está lá fora), dando a entender que a realidade não é como as pessoas supõem. O filme O Mágico de Oz, de 1939, inclui a famosa frase "Não dê atenção ao homem atrás da cortina!". Isso também levantou a ideia de figuras de autoridade que insistem em controlar mentiras que precisam ser desmascaradas. Uma expressão mais antiga é a de "enganar alguém", que também implica confusão e engano. As pessoas que incentivam os outros a ver a realidade à sua maneira costumam usar expressões como "acorde", "saia dessa" ou "abra os olhos".

Nem todos os usos de "tomar a pílula vermelha" ou "ser tomado pela pílula vermelha" são exemplos legítimos de revelação da verdade. A alegação básica é uma defesa frequente das teorias da conspiração: sugerir que aqueles que aceitam a explicação comum estão vivendo em ignorância voluntária ou cativa - aqueles que veem "a verdade" foram libertados. Portanto, aqueles que discordam são simplesmente "azuis" ou estão errados. A classificação dessas ideias é complicada pelo fato de que as explicações oficiais são, às vezes, totalmente erradas. O simples fato de afirmar que viu "aquele homem por trás da cortina" não é nem autoconfirmador nem refutador.

A maioria dos usos da terminologia "pílula vermelha" está em questões altamente politizadas. As Escrituras não tratam diretamente dessas ideias. No entanto, a Bíblia aborda a ideia de que as pessoas estão cegas para realidades importantes. Jesus repreendeu notoriamente os fariseus por ignorarem voluntariamente o que já sabiam (João 5:39-40). Ele ressaltou que a disposição de uma pessoa de se submeter à verdade era um fator-chave para que ela entendesse a Sua mensagem (João 7:17). A Bíblia também aponta como a fé em Cristo abre a percepção de uma pessoa de uma forma que os não-crentes não podem experimentar (1 Coríntios 2:14). Diz-se que aqueles que rejeitam Cristo foram "cegados [em suas] mentes" (2 Coríntios 4:4) por forças malignas. As Escrituras até descrevem aqueles que não têm consciência da verdade mais profunda como "adormecidos" que precisam "despertar" (Efésios 5:13-14).

Pode-se argumentar que o fato de "estar com o capacete vermelho" tem alguma base bíblica. É válido no sentido de que uma pessoa pode ser enganada por propaganda ou ignorância feliz, superada apenas por uma escolha deliberada de investigar. Aquilo que é verdadeiro às vezes é odiado (Lucas 6:22-23) ou ridicularizado (1 Coríntios 1:18) pelo mundo em geral. Por outro lado, a Bíblia também adverte com veemência sobre perseguir "argumentos tolos" (2 Timóteo 2:23) ou sucumbir a mitos que se adequam às nossas preferências (2 Timóteo 4:3-4). Desconsiderar o consenso principalmente como uma questão de pílula vermelha ou pílula azul é um sintoma da própria atitude que a "pílula vermelha" supostamente cura.

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