Pergunta
O que é uma oferta votiva?
Resposta
A oferta votiva era um tipo de oferta no sistema de sacrifício judaico. Ela é mencionada, em algumas traduções, em Levítico 7. A oferta votiva era dada para pagar um voto ou em consagração ou cumprimento de um voto. Diferentemente de outros sacrifícios que tinham de ser consumidos em um dia, a oferta votiva podia ser deixada por uma noite e terminada no dia seguinte. Sob nenhuma condição no sistema israelita de sacrifícios uma oferta poderia ser consumida após o segundo dia (Levítico 7:15-18).
Embora algumas traduções em inglês usem o termo “oferta votiva” em Levítico 7:16, a maioria das Bíblias em português não adota essa expressão. Em vez disso, elas traduzem o texto como “voto” ou “cumprimento de um voto”, para enfatizar que se trata de uma oferta feita ao Senhor em cumprimento de uma promessa. Essas ofertas votivas pagãs eram memoriais permanentes oferecidos a uma divindade em cumprimento de um voto. Comuns entre os adoradores pagãos, as ofertas votivas (ou ex-voto) eram feitas por um indivíduo ou reunidas por uma comunidade e depois preservadas como um memorial em grande escala para uma divindade. As oferendas votivas eram feitas de materiais que não deveriam ser consumidos, gastos ou usados para qualquer outra finalidade que não fosse como presentes para um deus. As oferendas votivas podiam ser representações gravadas em pedra ou estátuas esculpidas da divindade, inscrições públicas, cerâmica, joias ou alimentos para os ídolos. Em épocas de fome, peste ou guerra, os adoradores de ídolos geralmente faziam votos aos seus deuses, prometendo dar algo em troca dos favores prestados. Quando o problema passava, o adorador levava uma oferenda votiva ao templo ou santuário e a deixava lá.
A história de Jefté no Antigo Testamento contém um tipo de oferta votiva. Antes de atacar os amonitas, Jefté fez um voto a Deus: se vencesse a batalha, ofereceria a Deus uma oferta queimada ao voltar para casa. Jefté insensatamente especificou que a oferta seria "tudo o que sair da porta da minha casa para me encontrar" (Juízes 11:31). Deus concedeu a vitória a Jefté, mas foi a única filha de Jefté que o saudou quando ele voltou (versículo 34). Como o sacrifício foi feito em cumprimento de um voto, ele poderia ser considerado uma oferta votiva.
Até hoje, muitas culturas e religiões praticam a doação de ofertas votivas. Stupas, templos, pagodes e santuários geralmente são preenchidos com alimentos, velas, flores, bugigangas, pinturas, etc., para homenagear várias divindades - e para garantir prosperidade, boa saúde e outras bênçãos para quem as oferece. A prática ocidental de jogar moedas em uma fonte para dar "boa sorte" pode ser vista como um tipo secularizado de oferenda votiva.
As oferendas votivas fazem parte das religiões católica romana e ortodoxa oriental. Em latim, o termo ex-voto significa "de acordo com um voto" e originalmente se referia a um presente dado para cumprir um voto particular de honrar a Deus. Em ambas as igrejas, as ofertas votivas são feitas não apenas para honrar a Deus, mas também para honrar Maria ou os vários santos. Por exemplo, uma pessoa pode acender uma pequena vela votiva branca diante de uma estátua ou imagem sagrada em uma catedral ou santuário. A vela, também chamada de vela de oração, pode ser acesa em devoção a Deus, em homenagem a um ente querido falecido ou em gratidão a um santo pela libertação de um perigo ou doença. Os católicos também celebram missas votivas para comemorar ocasiões especiais, como casamentos, funerais ou a eleição de um papa. O Missal Romano de 1970 contém quinze missas votivas, incluindo celebrações da Trindade, do Espírito Santo, do Santíssimo Sacramento, dos Apóstolos, de São Pedro e de São Paulo. Diz-se que o objetivo dessas missas votivas é inspirar a devoção do povo.
Acender velas enquanto se reza (ou faz qualquer outra coisa) não é proibido pelas Escrituras. As velas podem acrescentar beleza ao ambiente, mas não têm poder nem qualidades místicas ou sobrenaturais. Elas não podem acompanhar nossas orações ao céu, tornar nossas orações mais poderosas ou eficazes, nem prolongar nossas orações de forma alguma. Qualquer oferenda votiva feita a um santo é idolatria; qualquer oferenda votiva que tente obter o favor de Deus ou obter a Sua bênção entra no reino da superstição.
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