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Pergunta

O que foram os concílios ecumênicos?

Resposta


Os concílios (ou conselhos) ecumênicos foram reuniões oficiais de líderes de igrejas de todo o mundo cristão (a palavra ecumênico significa “representando a totalidade de um corpo de igrejas”). O propósito dos concílios era discutir várias questões de teologia e prática da igreja e tomar decisões vinculantes para a igreja em geral.

Os primeiros concílios ecumênicos foram compostos por cristãos de todo o Império Romano. À medida que o cristianismo se espalhava, os líderes que participavam dos concílios vinham de outras partes do exterior. Os primeiros concílios atraíram líderes de toda a igreja, mas, à medida que a igreja se dividiu em várias questões de teologia e prática, os concílios se tornaram menos do que verdadeiramente ecumênicos. O último concílio da lista abaixo, o Concílio Vaticano II, atraiu líderes católicos de todo o mundo, mas outras denominações cristãs foram compreensivelmente excluídas. Assim, a natureza ecumênica dos concílios mudou ao longo dos anos, deixando de envolver toda a igreja para envolver pessoas de todas as partes do mundo que fazem parte da Igreja Católica Romana.

As decisões dos concílios ecumênicos eram para ser obrigatórias para toda a igreja. Como a maioria dos protestantes não tem a mesma estrutura hierárquica que católicos e cristãos ortodoxos, e como enfatizam a responsabilidade pessoal diante de Deus para tomar suas próprias decisões sobre teologia e prática de acordo com a consciência e as Escrituras, os protestantes não têm concílios ecumênicos.

A Igreja Católica Romana reconhece vinte e um concílios ecumênicos. Alguns dentro da Igreja Ortodoxa Oriental aceitam nove concílios; algumas denominações protestantes reconhecem os primeiros sete dos concílios, embora os protestantes não mantenham seus decretos no mesmo sentido que os católicos. Abaixo estão os nomes, datas e questões abordadas ou um resumo do que foi feito em cada conselho. Os conselhos são nomeados após as cidades onde ocorreram:

1. PRIMEIRO CONCÍLIO DE NICEIA (325) – Afirmou a divindade de Cristo. A falsa doutrina do arianismo foi rejeitada.
2. PRIMEIRO CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA (381) – Clarificou a natureza do Espírito Santo.
3. CONCÍLIO DE ÉFESO (431) – Clarificou a natureza da personalidade de Cristo. O falso ensino do nestorianismo foi repudiado.
4. CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA (451) – Esclareceu o ensinamento sobre a natureza e pessoa de Cristo, inclusive a “união hipostática”. A falsa doutrina do monofisismo foi rejeitada.
5. SEGUNDO CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA (553) – Confirmou as conclusões dos quatro primeiros concílios.
6. TERCEIRO CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA (680-681) – Clarificou a natureza da vontade de Cristo.
7. SEGUNDO CONCÍLIO DE NICEIA (787) – Estabeleceu diretrizes para a veneração de imagens. (Alguns protestantes rejeitam este concílio, enquanto aceitam o Concílio de Hieria de 754, que rejeitou a veneração de ícones.)
O restante dos concílios é aceito pela Igreja Católica Romana, mas não pelos protestantes:
8. QUARTO CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA (869) – Condenou um conselho que não havia sido autorizado.
9. PRIMEIRO CONCÍLIO DE LATRÃO (1123) – Impôs limitações aos direitos eclesiásticos dos príncipes leigos e fez planos para uma cruzada a fim de recuperar o território perdido para os muçulmanos.
10. SEGUNDO CONCÍLIO DE LATRÃO (1139) – Condenou os erros de Arnaldo de Brescia.
11. TERCEIRO CONCÍLIO DE LATRÃO (1179) – Condenou os albigenses e os valdenses e emitiu numerosos decretos para a reforma de hábitos morais.
12. QUARTO CONCÍLIO DE LATRÃO (1215) – Acrescentou mais condenação aos albigenses, condenou os erros trinitários de Abade Joaquim e publicou outros decretos reformatórios.
13. PRIMEIRO CONCÍLIO DE LYON (1245) – Excomungou e depôs o imperador Frederico II e autorizou uma nova cruzada.
14. SEGUNDO CONCÍLIO DE LYON (1274) – Previa uma reunião temporária da Igreja grega com Roma e estabeleceu regras para as eleições papais.
15. CONCÍLIO DE VIENA (1311–1313) – Resolveu crimes e erros imputados aos Cavaleiros Templários, aos Fraticelli, aos Begardos e às Beguinas. Também assumiu projetos de uma nova cruzada, da reforma do clero e do ensino de línguas orientais nas universidades.
16. CONCÍLIO DE CONSTÂNCIA (1414–1418) – Acabou o Grande Cisma pela eleição do Papa Martinho V.
17. CONCÍLIO DE BASILEIA/FERRARA/FLORENÇA (1431–1439) – Mudou de cidade em cidade devido a problemas. Resultou na reunificação temporária com a Igreja grega e oficializou os sete sacramentos do catolicismo.
18. QUINTO CONCÍLIO DE LATRÃO (1512–1517) – Autorizou uma nova cruzada contra os turcos, mas foi rapidamente ofuscada pelo “problema” causado pela Reforma Protestante.
19. CONCÍLIO DE TRENTO (1545-1563) – Condenou os ensinamentos de Lutero e dos Reformadores e reconheceu oficialmente os Apócrifos como canônicos.
20. O CONCÍLIO VATICANO I (1869–1870) – Afirmou a infalibilidade do Papa ao falar ex cathedra.
21. O CONCÍLIO VATICANO II (1962–1965) – Promoveu várias reformas e esclarecimentos da prática da Igreja.

Hoje existe também o que é conhecido como movimento ecumênico, que tenta unir todos os que se dizem cristãos, independentemente das diferenças doutrinárias. Infelizmente, as diferenças doutrinárias têm a ver com doutrinas importantes como a divindade de Cristo e a justificação pela fé. Os concílios ecumênicos foram realizados para fornecer clareza doutrinária, enquanto o movimento ecumênico busca obscurecer essas diferenças.

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