Pergunta
Quais são as balanças desonestas em Provérbios 11:1?
Resposta
Muitos dos provérbios de Salomão enfatizam a importância de manter a honestidade e a integridade em todos os aspectos da vida. Usando "balanças desonestas" como metáfora para práticas comerciais fraudulentas, Salomão coloca a ética comercial e profissional de uma pessoa diretamente no reino da espiritualidade: "O Senhor detesta balanças desonestas, mas o peso justo é o seu prazer" (Provérbios 11:1).
No comércio antigo, as balanças eram comumente usadas para pesar, medir e atribuir valor a moedas, bens, produtos, grãos e outras mercadorias. As balanças eram utilizadas na maioria das transações diárias do mercado. Essas balanças eram construídas com uma barra horizontal com um prato suspenso em cada extremidade. Um lado continha o objeto a ser pesado e o outro continha um contrapeso. Os comerciantes inescrupulosos usavam "balanças desonestas" ou "uma balança enganosa".
Os comerciantes sem princípios enganavam os clientes usando balanças defeituosas e desequilibradas e manipulando os pesos durante as transações. Para aumentar os lucros, alguns podiam usar dois conjuntos de pesos de pedra ao avaliar a mercadoria - utilizando pesos mais leves ao vender mercadorias (oferecendo menos produtos pelo preço declarado) e pesos mais pesados ao comprar (adquirindo mais mercadorias pelo mesmo preço).
A prática de usar balanças desonestas era estritamente proibida pela lei bíblica: "Não levem na bolsa pesos diferentes, um grande e um pequeno. Não tenham em casa dois tipos de medidas, um grande e um pequeno. Usem um peso integral e justo, e uma medida integral e justa; para que se prolonguem os seus dias na terra que o Senhor, seu Deus, lhes dá. Porque todo aquele que pratica tal injustiça é abominação ao Senhor, o Deus de vocês" (Deuteronômio 25:13-16; veja também Levítico 19:35-36).
Os profetas condenaram veementemente o uso de balanças desonestas, caracterizando-o como uma prática perversa e repugnante para oprimir os pobres e vulneráveis: "Ainda se encontram, na casa dos ímpios, os tesouros da impiedade e a medida falsa que eu detesto? Poderei eu inocentar balanças desonestas e uma bolsa com pesos adulterados? Porque os ricos da cidade estão cheios de violência; os seus habitantes falam mentiras e a língua deles é enganosa. Assim, também eu passarei a feri-los e os destruirei por causa dos seus pecados" (Miqueias 6:10-13; veja também Ezequiel 45:10; Oséias 12:7; Amós 8:5).
A literatura sapiencial ecoa a lei e os profetas ao condenar o engano e a duplicidade: "O Senhor detesta o uso de dois pesos e duas medidas; ele detesta tanto uma coisa quanto a outra" (Provérbios 20:10; veja também Provérbios 16:11; 20:23). Como povo de Deus, temos de prestar contas a Ele em todas as nossas relações com os outros (Mateus 7:12; Lucas 6:31; 1 Tessalonicenses 5:15). Sempre que tivermos a oportunidade, "devemos fazer o bem a todos" (Gálatas 6:10; veja também Efésios 4:28). Em vez de prejudicar e enganar as pessoas de forma egoísta para obter ganhos pessoais, devemos estar acima de qualquer suspeita, negociando de forma justa e precisa nos negócios.
Jesus levou esses princípios de honestidade e integridade nos negócios um passo adiante, ensinando os Seus seguidores a não serem gananciosos, mas generosos e compassivos com todos: "Vocês, porém, amem os seus inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar nada em troca; vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Altíssimo. Pois ele é bondoso até para os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês. Não julguem e vocês não serão julgados; não condenem e vocês não serão condenados; perdoem e serão perdoados; deem e lhes será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês; porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também" (Lucas 6:35-38).
Deus está interessado em cada faceta de nosso caráter. Ele odeia quando recorremos a ganhos desonestos, mas "ama quem dá com alegria" (2 Coríntios 9:7). Em passagens como Provérbios 11:1, a Bíblia enfatiza o extremo descontentamento de Deus com práticas comerciais fraudulentas ou injustas e Seu intenso prazer na justiça, precisão, honestidade e integridade. Em vez de usar balanças desonestas, os filhos de Deus "devem ser ricos em boas obras, generosos em dar e prontos a repartir" (1 Timóteo 6:18).
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Quais são as balanças desonestas em Provérbios 11:1?
