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Pergunta

Qual é a visão bíblica da ação social?

Resposta


Nos últimos anos, os cristãos entraram com mais ousadia na arena social e fizeram suas vozes serem ouvidas. Tanto os cristãos quanto os não cristãos deram uma nova olhada na ênfase da Bíblia em ajudar os pobres e defender aqueles que não podem falar por si mesmos (Levítico 25:35; Êxodo 22:25; Tiago 2:14-16). Enquanto há algumas décadas pensava-se que a religião era melhor praticada atrás das portas da igreja aos domingos, os cristãos de hoje estão percebendo que essa nunca foi a intenção de Jesus.

Um fato que muitas vezes é ignorado em nossa cultura pós-cristã é que a maioria dos grandes esforços humanitários, como hospitais, orfanatos e universidades, foi iniciada por cristãos que buscavam fazer a diferença no mundo. Os movimentos abolicionistas na Inglaterra e nos Estados Unidos foram liderados por seguidores de Cristo. Os cristãos são um dos grupos socialmente mais ativos que existem porque nosso Líder, Jesus Cristo, nos ensinou a amar o próximo como a nós mesmos (Mateus 22:39). Organizações como Samaritan's Purse (Bolsa do Samaritano), Compassion International (Compaixão Internacional), Focus on the Family (Foco na Família), A21 Campaign (Campanha A21), Open Doors (Portas Abertas) e inúmeras outras existem porque os cristãos viram uma necessidade e agiram.

É quando os cristãos usam sua influência para tentar corrigir questões morais e éticas que começam as objeções. Alguns argumentam que a "separação entre Igreja e Estado" exige que toda religião fique fora da praça pública. Embora a ideia de separação entre Igreja e Estado tenha sido usada para silenciar os tímidos, ela não aparece em nenhum lugar da Constituição dos Estados Unidos, e os cristãos não precisam temer que, ao expressar uma opinião baseada na Bíblia, estejam de alguma forma violando um aspecto fundamental da liberdade de nossa nação.

Apesar de Seu estilo de vida de sempre fazer o bem (Atos 10:38), Jesus não veio ao mundo para ser um reformador social. Seus milagres, curas e ensinamentos não foram esforços para corrigir todos os erros ou para aliviar permanentemente o sofrimento. Se esse fosse o Seu propósito ao vir, por que Ele teria esperado até aquele período da história? Houve eras de sofrimento antes do nascimento de Cristo. Se Jesus tivesse vindo para tratar de questões sociais, por que passar apenas três anos fazendo isso? Por que não começar aos 12 anos de idade, quando percebeu que deveria se ocupar dos negócios de Seu Pai (Lucas 2:49)? Por que não evitar a crucificação aos 33 anos de idade para que Ele pudesse passar décadas fazendo reformas?

A bondade de Jesus para com os oprimidos e marginalizados era bem conhecida, mas Ele deixou claro que Seu propósito ao vir à Terra não era humanitário; era espiritual. Jesus disse: "O Filho do Homem veio para buscar e salvar os perdidos" (Lucas 19:10). Ele veio para pregar as boas novas do reino (Marcos 1:36-38). Ele veio para cumprir a Lei e os Profetas (Mateus 5:17). Ele veio "para dar a sua vida em resgate por muitos" (Marcos 10:45; cf. João 12:27) e "para destruir a obra do diabo" (1 João 3:8).

O principal objetivo de Jesus ao vir à Terra foi a salvação da humanidade. Ele trouxe Deus ao homem caído (João 10:10; 14:9) e depois morreu pelos pecados do mundo (Mateus 16:21; 20:28; Marcos 8:31; João 10:18). Após Sua ressurreição, Jesus deixou as boas novas de salvação com um punhado de seguidores que as usaram para mudar o mundo (veja Atos 17:6). Anteriormente, Jesus havia lhes falado sobre a diferença que fariam na sociedade: "Vocês são o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada no alto de um monte. Nem se acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto, mas num lugar adequado onde ilumina bem todos os que estão na casa. Assim brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus" (Mateus 5:13-16).

O sal realça o sabor de qualquer alimento. Ele também preserva, limpa e ajuda a curar infecções. Para que os cristãos sejam "sal" no mundo, precisamos manter essas propriedades distintas que vêm da permanência na Palavra de Deus. Quando assimilamos o modo de pensar e de se comportar do mundo, perdemos nossa salinidade. Nossa presença em questões sociais acrescenta equilíbrio a um sistema que, de outra forma, estaria fora de controle e controlado por Satanás (ver 2 Coríntios 4:4).

A luz elimina a escuridão. Mas uma luz escondida embaixo de um cesto não pode iluminar nada. Quando nos escondemos dentro de nossas igrejas e nos recusamos a levar essa luz para a comunidade, somos espiritualmente inúteis. Mas quando, com a ousadia do Espírito Santo, nos manifestamos, concorremos a cargos públicos e iluminamos as questões sociais com a verdade da Palavra de Deus, estamos deixando Sua luz brilhar por meio de nós. Quando vemos a cultura elogiar o assassinato de crianças que ainda não nasceram, devemos deixar a luz de Deus brilhar intensamente na cena e falar Sua verdade em contraste com as palavras neutras usadas para defender o indefensável (consulte Salmo 82:4; Provérbios 24:11). Quando ficamos sabendo de pessoas pobres, devemos aplicar a verdade de Deus em nossa vida e fazer o que pudermos para ajudar (Isaías 58:6-7; Tiago 2:15-17). Quando a injustiça impera, devemos nos manifestar em favor dos oprimidos, como fez o Senhor Jesus (Lucas 20:46-47; Marcos 7:9-13).

Os cristãos devem ser socialmente ativos na medida em que Deus deseja que eles o façam. A responsabilidade de todo cristão é conhecer a Palavra de Deus e aplicá-la. Tiago 4:17 diz: "Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando." A ação social terá um aspecto diferente para indivíduos diferentes porque Deus nos dotou de forma diferente. Para alguns, a ação social significa ocupar um cargo político e trabalhar para levar a verdade e a justiça a uma ampla arena. Para outros, a ação social significa usar a riqueza material que Deus proporcionou para eliminar a fome e outros efeitos da pobreza no país e no mundo.

A ação social para os cristãos significa que vivemos nossa fé 24 horas por dia, 7 dias por semana, seja em casa, em nosso trabalho ou em nossos locais de culto. Não há um interruptor para apagar nossa "luz" sempre que tivermos vontade. Como crentes, levamos o Espírito Santo conosco aonde quer que vamos (1 Coríntios 6:19-20). E, como vivemos em comunidades e temos conexões disponíveis como nunca antes, Deus espera que sejamos sal e luz nessas comunidades, dando sabor, desafiando e iluminando todos os lugares que pudermos.

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