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Pergunta

O que é a Regra de Granville Sharp?

Resposta


Granville Sharp (1735-1813) foi um reformador político inglês, abolicionista da escravidão e estudioso da língua grega, conhecido por suas contribuições em relação à tradução do grego do Novo Testamento no que se refere à divindade de Cristo. Sharp acreditava firmemente na divindade de Cristo e estudou o Novo Testamento em seu idioma original para provar mais habilmente a divindade de Cristo. A regra de Granville Sharp foi observada pela primeira vez em 1798 em seu livro Remarks on the Uses of the Definitive Article in the Greek Text of the New Testament: Containing Many New Proofs of the Divinity of Christ, from Passages Which Are Wrongly Translated in the Common English Version (Observações sobre os usos do artigo definitivo no texto grego do Novo Testamento: contendo muitas novas provas da divindade de Cristo, de passagens que são traduzidas erroneamente na versão em inglês comum.)

A regra atual de Granville Sharp diz respeito ao uso de artigos definidos e conjunções copulativas no Novo Testamento. As conjunções copulativas (também chamadas de conjunções aditivas) são palavras que se juntam a outras palavras e indicam a relação de informações adicionais.

A Regra de Granville Sharp afirma: "Quando a copulativa kai conecta dois substantivos do mesmo caso, [viz. substantivos (substantivos ou adjetivos, ou particípios) de descrição pessoal, respeitando cargo, dignidade, afinidade ou conexão, e atributos, propriedades ou qualidades, boas ou más], se o artigo ho, ou qualquer um de seus casos, precede o primeiro dos referidos substantivos ou particípios, e não é repetido antes do segundo substantivo ou particípio, este último sempre se refere à mesma pessoa que é expressa ou descrita pelo primeiro substantivo ou particípio" (Remarks on the Uses of the Definitive Article, 3).

Em termos mais simples, a Regra de Granville Sharp diz que quando dois substantivos comuns no singular são usados para descrever uma pessoa, e esses dois substantivos são unidos por uma conjunção aditiva, e o artigo definido precede o primeiro substantivo, mas não o segundo, então os dois substantivos se referem à mesma pessoa. Esse princípio de semântica é verdadeiro em todos os idiomas. Por exemplo, considere esta frase:

Nós nos reunimos com o proprietário e o curador do museu, o Sr. Holton.

Na frase anterior, o artigo definido o é usado duas vezes, antes de proprietário e curador. O curador é obviamente o Sr. Holton, mas o proprietário pode ser uma pessoa diferente. Nós nos reunimos com uma ou duas pessoas? O Sr. Holton é o proprietário do museu e também o curador? A construção gramatical deixa a questão em aberto. Entretanto, a frase a seguir elimina a ambiguidade:

Nós nos reunimos com o proprietário e curador do museu, o Sr. Holton.

No segundo exemplo, o artigo definido o é usado apenas uma vez, antes do primeiro substantivo. Isso significa que os dois substantivos, unidos por e, estão ambos em oposição ao nome da pessoa. Em outras palavras, Mr. Holton é tanto proprietário quanto curador. A Regra de Granville Sharp deixa claro que estamos nos referindo ao mesmo indivíduo.

Dois dos versículos do Novo Testamento associados à Regra de Granville Sharp são Tito 2:13 e 2 Pedro 1:1. A NAA traduz Tito 2:13 como: "... aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo." No original grego, as palavras para "Deus" e "Salvador" são unidas por kai, e o artigo definido ho é usado apenas uma vez, precedendo "Deus"; de acordo com a Regra de Granville Sharp, tanto Deus quanto Salvador devem se referir à mesma pessoa, a saber, Jesus Cristo.

Da mesma forma, 2 Pedro 1:1 refere-se a "nosso Deus e Salvador Jesus Cristo". Seguindo a regra de Granville Sharp, Jesus Cristo é claramente identificado como "Deus" e "Salvador", outro exemplo do ensino bíblico da divindade de Cristo. A construção gramatical do grego deixa isso claro: artigo definido + substantivo singular + conjunção copulativa + substantivo singular = a mesma pessoa.

Embora a Regra de Granville Sharp possa parecer misteriosa, o conceito tem um impacto importante na tradução da Bíblia e em nossa compreensão da natureza de Cristo. As passagens do Novo Testamento em que essa regra se aplica destacam a divindade de Jesus Cristo. Ele é mais do que o Messias; Ele é Deus.

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