Pergunta
Quem são os Quakers e em que a Igreja dos Amigos acredita?
Resposta
Os Quakers, ou Sociedade Religiosa dos Amigos, surgiram quando pessoas da Igreja da Inglaterra perceberam o aumento da corrupção e das falsas doutrinas nessa organização, na década de 1650. Com o puritanismo, surgiu também um tipo de farisaísmo, impulsionado pelo orgulho pessoal e pelas divisões doutrinárias. Um movimento não conformista foi iniciado por aqueles que buscavam se distanciar do puritanismo. Os primeiros dissidentes procuravam outras pessoas com a mesma mentalidade e prática e, por isso, eram chamados de “Buscadores”. Quando se reuniam, não era para orar ou pregar formalmente, mas simplesmente para aguardar juntos que Deus falasse com eles. Outros dissidentes, como os Ranters, adotaram doutrinas extremas. Os Ranters acreditavam que tudo o que pudesse ter sido pecado antes da fé em Cristo deixava de ser pecado por causa da graça de Deus. O antinomianismo dos Ranters contradiz o ensino claro de Romanos 6:1-2.
Vendo os problemas entre os Ranters, outros dissidentes buscaram "o caminho certo para a paz com Deus" e se voltaram para "a luz de Jesus Cristo dentro deles", de acordo com William Penn. Os quakers viam o cristão tradicional como "convencido de si mesmo e forte em sua própria vontade e justiça, dominado por zelo e paixão cegos". George Fox, o fundador do Quakerismo, disse que o nome "Quaker" foi usado pela primeira vez como termo depreciativo em um tribunal, "porque nós os fazemos tremer diante da Palavra de Deus". Os quakers foram amplamente perseguidos na Inglaterra e nas colônias americanas e muitas vezes foram presos ou condenados à morte por suas crenças. Devido a essa perseguição generalizada, William Penn fundou a Colônia da Pensilvânia para oferecer um refúgio seguro aos quakers.
As ênfases práticas da doutrina Quaker sempre foram: 1) a confiança na orientação direta do Espírito Santo; 2) o amor ao próximo; 3) o amor aos inimigos (pacifismo); e 4) a suficiência de falar a verdade (não fazer juramentos). Com sua ênfase na "luz interior" e no movimento do Espírito, os quakers normalmente evitam a teologia sistemática e os credos doutrinários. A maioria dos quakers defende doutrinas evangélicas, mas uma pequena minoria defende a teologia liberal e o universalismo. Alguns apoiam uma visão tradicional do casamento, enquanto outros afirmam e apoiam o casamento gay.
Uma das características do quakerismo é a prática do "discernimento espiritual em grupo", por meio do qual os amigos esperam que Deus os guie em qualquer assunto que estejam tratando. Essa sensibilidade ao mover do Espírito é de fato valiosa e muitas vezes falta em outras igrejas. Por outro lado, se as pessoas do grupo não tiverem estudado suficientemente as Escrituras para saber a vontade revelada de Deus, o grupo pode "sentir-se conduzido" a algo que viole as Escrituras. É por isso que o apóstolo João nos ordenou: "Amados, não deem crédito a qualquer espírito, mas provem os espíritos para ver se procedem de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído mundo afora" (1 João 4:1). Historicamente, os Quakers sempre tentaram enfatizar os aspectos sociais do evangelho. Eles estavam envolvidos no fim da escravidão e na ampliação dos direitos das mulheres e das minorias. Um dos fundadores da Anistia Internacional foi um quaker, e os quakers têm apoiado fortemente essa organização desde então.
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