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Pergunta: "O que é o mito da caixa de Pandora e como ele se relaciona com o relato bíblico da criação?"

Resposta:
Na mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher na terra. O deus Zeus deu-lhe uma caixa e disse-lhe para não a abrir. (No original grego, o objeto era uma jarra, mas as duas palavras são semelhantes, e parece que Erasmo a traduziu erroneamente como “caixa” e foi isso que pegou.) Dentro da caixa estavam todos os problemas do mundo, incluindo a morte, e, quando Pandora a abriu, os problemas escaparam para atormentar o mundo. Zeus deu-lhe a caixa esperando que ela a abrisse, liberando assim problemas para o mundo. Esta foi a sua maneira de trazer problemas ao mundo desde que o deus Prometeu tinha dado fogo à humanidade.

A história da Caixa de Pandora é uma tentativa de explicar por que há problemas no mundo. Ela contém alguns aspectos semelhantes ao relato de Gênesis 3, onde Deus nos conta como o pecado e a morte entraram no mundo.

Nas duas histórias, a proibição é semelhante. Em ambos os casos, o que é proibido não é algo que, por si só, seja uma coisa terrível – abrir uma caixa e comer frutas parecem ser inócuos. Da mesma forma, é uma mulher que é a instigadora – Pandora abriu a caixa, e Eva comeu a fruta e depois deu a Adão, que também comeu. Finalmente, em ambas as histórias, o resultado da ação da mulher é todo o mal e toda a dor do mundo. Da Caixa de Pandora veio a morte, e da desobediência no Jardim vieram a morte e todo tipo de sofrimento (Gênesis 3:16-19).

No entanto, existem algumas diferenças entre a Caixa de Pandora e o relato de Gênesis sobre a queda. Em Gênesis 3, Eva não é a única responsável. Embora seja ela quem parece instigar o problema, o seu marido é considerado igualmente responsável, e nas Escrituras posteriores ele é considerado o principal responsável como o chefe da família e da raça humana (Romanos 5:12). Na história da Caixa de Pandora, a culpabilidade moral de Pandora não é enfatizada – o seu ato foi mais físico – ela simplesmente deixou os terrores escaparem da caixa ao abri-la. Em Gênesis, o aspecto moral é enfatizado, e os horrores da maldição são a resposta justa de Deus ao pecado.

Talvez mais importante, a natureza da divindade envolvida é diferente. Em Gênesis temos um Criador todo-poderoso que lida com o pecado, mas também provê perdão e libertação (Gênesis 3:15). Na história da Caixa de Pandora, Zeus é um deus limitado e um tanto mesquinho que dá a Pandora a caixa para tentar enganar as pessoas na Terra. O Deus da Bíblia não quer que as pessoas pequem; o principal deus dos gregos estava armando uma armadilha para a humanidade. Não sabemos se as pessoas da Grécia antiga acreditavam que a história da Caixa de Pandora fosse uma história literal, mas o relato de Gênesis é apresentado como história real em todo o restante das Escrituras.

Não é incomum que muitas culturas ao redor do mundo tenham histórias um tanto paralelas a vários relatos bíblicos sobre a criação ou o dilúvio. Se o relato de Gênesis reflete a história literal (que é a forma como é tratado nas Escrituras), então esperaríamos que ele gerasse todos os tipos de histórias paralelas à medida que as pessoas se separavam e se mudavam para os quatro cantos da terra (veja Gênesis 11:1– 11). Embora muitas culturas tenham mudado ou pervertido a verdade sobre eventos históricos, um núcleo de verdade permanece em suas lendas. Hoje, os missionários cristãos muitas vezes podem usar paralelos nas histórias folclóricas das culturas que estão tentando alcançar para trazer às pessoas a verdade, que é encontrada nas Escrituras.

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