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Pergunta: "O que a Bíblia diz sobre ser ou usar uma barriga de aluguel?"

Resposta:
Usar uma barriga de aluguel a fim de gerar filhos para um casal infértil é tão antigo quanto a história de Abraão e Sara em Gênesis capítulo 16. Sara não podia ter filhos, então deu sua serva, Agar, a Abraão para que ela pudesse ter seus filhos. Essa era uma prática comum na época, já que uma mulher sem filhos era envergonhada por seus amigos e familiares. Esta história é o mais próximo que a Bíblia chega do que hoje chamamos de “barriga de aluguel tradicional”, onde a mãe engravida com o esperma de um homem – muitas vezes aquele cuja esposa é incapaz de produzir óvulos – geralmente por meio de inseminação artificial. Também praticada hoje é a “barriga de aluguel gestacional”, que envolve o transplante de um embrião já concebido contendo o esperma e o óvulo de um casal. Neste caso, o papel do substituto é simplesmente o de portador, o que não era o caso de Agar.

Aprendemos com a história de Agar que usar um pai ou mãe substituto tem a possibilidade de causar dor, mágoa e confusão. Um problema que surgiu com Agar é que ela não queria entregar seu filho a Sara quando ele nascesse. Isso ainda pode acontecer hoje, quando as mulheres descobrem que doar seus filhos (apesar de uma compensação financeira) pode causar uma dor imensurável por causa do vínculo que se forma entre a mãe grávida e o filho que ela carrega, antes mesmo de nascer.

A Bíblia não proíbe o uso de um pai ou mãe substituto, mas levanta questões sobre se é ou não ético. O casamento foi planejado para ser entre duas pessoas, e os filhos devem nascer dessa união (Gênesis 1:28; 2:24). Trazer um terceiro significa que a criança terá um terceiro pai ou mãe. Então podem surgir perguntas difíceis, tais como: o bebê conhecerá sua mãe de aluguel? Haverá visitação? Como se espera que a criança se sinta em relação à mãe de aluguel, e haverá ciúme? Todas essas questões devem ser consideradas em oração antes que um casal cristão use um substituto. Casais que usam um membro da família como substituto muitas vezes podem evitar problemas antes que surjam se o substituto tiver um forte vínculo com o casal e tiver seu bem-estar e o de seu filho no coração.

A Bíblia diz que os filhos são um dom, não um direito (Salmo 127:3). Assim como Deus abençoa algumas pessoas com riqueza e sucesso, Ele abençoa algumas com filhos e outras não. Usar um substituto para desafiar arrogantemente a Deus seria um pecado, mas usar um substituto após consideração em oração e um tempo de busca da vontade e orientação de Deus pode ser uma alternativa viável para os sem filhos. Em tudo o que fazemos, devemos examinar nossos corações e o Espírito Santo em busca da verdade. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).

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