Pergunta

Qual foi a mensagem de Zofar, o naamatita, para Jó?

Resposta
Zofar, o naamatita, é mencionado pela primeira vez em Jó 2:11 como um dos três amigos que chegaram para consolar Jó depois de saberem das coisas ruins que haviam acontecido com ele. Os versículos 12-13 mostram a reação deles à sua angústia: "De longe eles levantaram os olhos e não o reconheceram. Então ergueram a voz e choraram. E cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. Sentaram-se com ele no chão durante sete dias e sete noites. E ninguém lhe disse uma só palavra, pois viam que a dor era muito grande."

Depois de Elifaz e Bildade, Zofar foi o terceiro a oferecer conselhos a Jó. O discurso de Zofar começa no capítulo 11. Fazendo o mais forte dos três discursos iniciais, Zofar declara que Jó merecia algo ainda pior do que o que recebeu. No versículo 6, ele afirma: "Saiba, portanto, que Deus permite que seja esquecida parte da sua iniquidade". No capítulo 12, Jó responde que foi o Senhor que trouxe esse sofrimento sobre ele e, no capítulo 13, mantém sua inocência: "estou certo de que serei justificado" (Jó 13:18).

O segundo discurso de Zofar (em Jó 20) enfoca o tema de que aquele que comete maldade sofrerá por ela. Em suas palavras: "As riquezas de sua casa serão levadas embora; como água serão derramadas no dia da ira de Deus. Esta é, da parte de Deus a sorte do ímpio; esta é a herança decretada por Deus" (Jó 20:28-29). Em Jó 21, Jó responde que Deus, por alguma razão, permite que os ímpios prosperem: "Passam os seus dias em prosperidade e em paz descem à sepultura" (Jó 21:13). A avaliação de Zofar sobre a condição de Jó não era precisa, porque Jó não tinha feito nada de errado e estava sofrendo, enquanto outros que fizeram o mal viviam "seguros e sem medo" (versículo 9).

Os outros dois amigos de Jó fazem três discursos cada um, mas Zofar faz apenas dois. Depois da defesa prolongada de Jó após o terceiro discurso de Bildade, um quarto homem, Eliú, fala (Jó 32). As duas preocupações de Eliú são expressas em Jó 32:2-3: "Então se acendeu a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão. Ele ficou indignado contra Jó, porque este pretendia ser mais justo do que Deus. Eliú também ficou irado com os três amigos de Jó, porque, mesmo não tendo o que responder, eles o condenavam".

No final, Zofar é repreendido por Deus junto com seus dois amigos: "A minha ira se acendeu contra você e contra os seus dois amigos, porque vocês não falaram a meu respeito o que é reto, como o meu servo Jó falou" (Jó 42:7). Zofar aparece pela última vez no versículo 9, onde o encontramos oferecendo os sacrifícios exigidos por Deus: "Então Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, foram e fizeram o que o Senhor lhes havia ordenado; e o Senhor aceitou a oração de Jó." Apesar de seus maus conselhos e de sua descrição imprecisa de Deus, Zofar se arrependeu quando foi repreendido por Deus e foi perdoado.

Zofar e seus amigos servem como exemplo de como as pessoas geralmente veem o sofrimento de uma perspectiva humana que ignora o plano divino de Deus. Embora seja verdade que aqueles que cometem erros geralmente sofrem, Deus também permite o sofrimento por outros motivos, muitas vezes desconhecidos para nós naquele momento. Em vez de presumir que todo sofrimento se deve à má conduta de uma pessoa, devemos examinar nossa própria vida perante o Senhor e ver como podemos viver para Ele durante os momentos de luta (Tiago 5:11), sabendo que o sofrimento pode servir como parte de Seu plano soberano.