Pergunta
Os cristãos devem se preocupar com a implementação da lei Sharia?
Resposta
Primeiro, devemos definir a Sharia. Sharia é, conforme expresso no Alcorão e na Sunnah, a lei divina. A Sunnah é um registro da vida e do exemplo do profeta islâmico Maomé. A Sunnah está contida principalmente no Hadith ou nos relatos das palavras de Maomé, suas ações, sua aprovação tácita de ações e seu comportamento. Onde tem status oficial, a sharia é interpretada por juízes islâmicos que podem ser influenciados pelos líderes religiosos, ou imãs.
Em estados muçulmanos seculares (como Mali, Cazaquistão e Turquia), a sharia se limita a questões pessoais e familiares. Países como Paquistão, Indonésia, Afeganistão, Egito, Sudão e Marrocos são fortemente influenciados pela sharia, mas a autoridade final está em suas constituições e no estado de direito. A Arábia Saudita e alguns Estados do Golfo aplicam a sharia clássica. O Irã tem um parlamento que legisla de forma consistente com a sharia.
"Tradicionalmente, a umma [comunidade ou nação] islâmica é dividida em três regiões: o território do Islã (dar al-Islam), o território da paz (dar al-sulh) e o território da guerra (dar al-harb).... Em regiões como Paquistão, Irã e Líbia, presume-se que a lei islâmica forma a base do governo. O segundo território representa regiões como a Índia e a África, onde os muçulmanos são minoria, mas, em sua maioria, têm permissão para viver em paz e praticar sua religião livremente. O resto do mundo compreende o terceiro território, que é visto mais como um campo de batalha ideológico disputado por grupos com valores conflitantes do que como um teatro de guerra literal. Nesse território, a guerra santa (jihad) é travada perpetuamente contra todos os não muçulmanos ou infiéis (kafir) até que eles também sejam absorvidos pelo mundo do Islã. (...) Nenhuma exposição sistemática das crenças muçulmanas aparece no Alcorão ou no Hadith [tradições]. Em vez disso, essa exposição é encontrada na compilação da lei canônica islâmica (shar'ia), que é considerada divinamente estabelecida e impõe a todos os adeptos a obediência estrita em todos os aspectos da vida. As principais fontes da lei islâmica são: o Alcorão, a Tradição, o Consenso (ijma') e a Razão (qiyas). Os xiitas rejeitam o 'consenso' e o substituem pelo que, para eles, é o guia espiritual infalível e divinamente designado (Imã)" (de Islam: The Way of Submission, de Solomon Nigossian, Crucible, 1987).
Aspectos da lei da Sharia que dizem respeito aos cristãos:
Jihad: Jihad é uma guerra santa contra os infiéis do mundo. Todos os muçulmanos são obrigados a matar os infiéis. Um infiel (ou kafir) é um não muçulmano. Muitos muçulmanos acham que matar um infiel garante a entrada direta no paraíso.
Apostasia: Todos os apóstatas devem ser mortos. Um apóstata é qualquer pessoa que renuncia ao Islã e muda de religião. Os cristãos não têm permissão para converter muçulmanos ao cristianismo. A conversão é vista como blasfêmia e tem pena de morte. A distribuição de literatura cristã pode resultar em uma sentença de cinco anos de prisão de acordo com a lei Sharia.
Crítica ao Islã: A pena de morte se aplica aos muçulmanos que criticam Maomé, o Alcorão ou a Sharia. Penalidades severas também se aplicam aos cristãos que se manifestam contra o Islã.
Liberdade de culto: Embora o Islã fale da boca para fora sobre as "pessoas do livro" (outras religiões abraâmicas) e o Alcorão diga para respeitar e honrar todas as pessoas independentemente de sua religião, a realidade é que alguns países islâmicos estão perseguindo os cristãos, atacando seus locais de culto, matando e prendendo fiéis. A perseguição é intensa na Arábia Saudita, no Afeganistão, no Iraque, na Somália, no Iêmen, nas Maldivas e em outros países com forte influência islâmica.
Mulheres vítimas de estupro: A lei da Sharia protege os estupradores. Uma mulher que faz uma acusação de estupro deve apresentar quatro testemunhas do sexo masculino. Se ela não puder fazer isso, será acusada de zina, cuja punição prescrita é açoitamento ou apedrejamento. Milhares de mulheres são presas como resultado de acusações de estupro sem sucesso. Algumas são até apedrejadas até a morte. Em 27 de outubro de 2008, Aisha, uma menina de 13 anos de Kisayu, na Somália, foi apedrejada até a morte por adultério; mais tarde, sua tia disse à British Broadcasting Corporation que Aisha havia sido estuprada por três homens armados. Os estupradores raramente são levados a julgamento, muito menos punidos.
Crimes diversos: Fornicação e adultério: Os fornicadores solteiros devem ser chicoteados e os adúlteros devem ser apedrejados até a morte. Homossexualidade: os homossexuais devem ser executados. Roubo: Qualquer pessoa encontrada roubando deve ter uma mão cortada. Bateria e agressão: Um reclamante ferido pode obter vingança legal; a lex talionis ("olho por olho") está em vigor.
Os cristãos devem se preocupar? Muitas pessoas na Europa, América do Norte e Austrália não têm conhecimento da influência da Sharia nos países islâmicos e nunca consideraram a possibilidade de a Sharia ser introduzida em seu país. Em novembro de 2011, a pesquisa do MacDonald-Laurier Institute com muçulmanos canadenses descobriu que 75% dos entrevistados querem a Sharia. Em dezembro de 2012, o Sydney Morning Herald informou que o imã da maior mesquita da Austrália havia emitido uma fatwa (decisão legal) contra o Natal. Em julho de 2011, extremistas islâmicos pediram aos muçulmanos britânicos que estabelecessem três estados independentes no Reino Unido. Também há grupos muçulmanos nos Estados Unidos que pedem a implementação da Lei Sharia na América.
O cristianismo e o Islã têm crenças opostas. Jesus (Isa) é mencionado 25 vezes no Alcorão, mas o Jesus do Alcorão não tem nenhuma semelhança com o Jesus da Bíblia. O Alcorão diz que Jesus era apenas um profeta humano e não foi morto; ao contrário, Alá o levou para o céu (Sura 4:157-158). Quando Jesus retornar, ele será um seguidor de Maomé e matará o Anticristo, quebrará a cruz e matará os porcos. Todos os que não aceitarem o Islã serão mortos (Hadith 656). Depois de governar na Terra por cerca de 40 anos, Jesus morrerá.
A Bíblia diz que Jesus é a Palavra eterna que estava com Deus e que é Deus. A Palavra habitou com o homem (João 1). A Bíblia diz que Jesus foi crucificado, ressuscitou e ascendeu ao céu - diante de testemunhas oculares. Quando Ele voltar, será para julgar o mundo com verdadeira justiça.
Alá diz aos muçulmanos para matar qualquer pessoa que rejeite o Islã, se converta ao cristianismo ou se torne ateu. Jesus diz aos cristãos para amarem os muçulmanos porque Ele quer que os muçulmanos se juntem aos cristãos no céu. "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo.' Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês" (Mateus 5:43-44). Os cristãos abençoam aqueles que os amaldiçoam e fazem o bem àqueles que os odeiam. Esse não é o caminho do Islã.
Os cristãos devem estar muito preocupados com a disseminação do Islã em geral e com o impacto da Lei Sharia em particular. E devemos estar sempre atentos às oportunidades de testemunhar aos muçulmanos sobre o amor de Deus por meio de Cristo Jesus.
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Os cristãos devem se preocupar com a implementação da lei Sharia?