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Pergunta

O que significa o fato de Jesus ter entregado o Seu espírito (João 19:30)?

Resposta


Em João 19:30, o apóstolo registra estas palavras: "Quando Jesus tomou o vinagre, disse: — Está consumado!

E, inclinando a cabeça, entregou o espírito". O comentário de João de que Jesus "entregou o seu espírito" significa simplesmente que Jesus experimentou a morte física. O Seu espírito foi separado de Seu corpo.

Pouco antes de Jesus entregar o Seu espírito, Ele recebeu o vinho azedo para saciar a Sua sede (João 19:28). Isso cumpriu a profecia do Salmo 69:21: "Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre" (cf. Mateus 27:34, 48; veja também Salmo 22:15). O vinho que foi oferecido a Jesus aqui é diferente do "vinho misturado com mirra" - um narcótico fraco que Jesus recusou (Marcos 15:23). De qualquer forma, o vinho que Jesus aceitou molhou a Sua garganta o suficiente para permitir que Ele proclamasse o Seu triunfo e a conclusão de Sua missão (Marcos 15:37; cf. João 19:30).

Em grego, o grito de Jesus em João 19:30 é uma palavra, tetelestai. A tradução em português ("está consumado") capta parte do significado, a parte que enfoca a conclusão da obra redentora de Jesus:

"Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, para exercer o serviço sagrado e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados. Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados." (Hebreus 10:11-14)

Na cruz, Jesus completou a tarefa que lhe foi designada. Portanto, esse não foi um grito de derrota, nem um anúncio de Sua morte iminente. Foi simplesmente uma maneira de expressar que Ele havia cumprido a Sua obrigação para com o Pai: "Eu te glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer" (João 17:4).

A "obra" que Jesus realizou foi a Sua expiação pelos pecados da humanidade: "Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21; cf. 1 João 2:2). Tendo expiado os pecados do mundo, "inclinou a cabeça e entregou o espírito" (João 19:30).

A expressão entregou (Gk. paredōken) significa que Jesus "entregou" o Seu espírito (cf. Mateus 27:50; Lucas 23:46). A ideia é que Ele morreu. Mas a expressão está redigida de tal forma que implica que Jesus estava no controle. O Seu espírito não apenas "partiu"; Ele o entregou. Ou seja, ninguém tirou a Sua vida dEle; Ele a entregou voluntariamente: "Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai" (João 10:17-18). A Sua morte, portanto, foi um ato deliberado de obediência ao plano redentor do Pai (cf. João 8:29, 14:31; Filipenses 2:5-11).

Alguns comentaristas sugeriram que Ele entregou o seu espírito significa que Jesus entregou o Espírito Santo aos Seus discípulos. Uma interpretação melhor é que esse era o espírito humano de Jesus. O Espírito Santo foi dado mais tarde (veja Atos 1:8). Além disso, Lucas 23:46 diz que Jesus entregou o Seu espírito nas mãos do Pai, não no coração dos discípulos. O foco de João é a obra concluída de Cristo e a Sua obediência inabalável ao Pai (João 19:30).

Um poema de S. W. Gandy resume o significado da morte de Jesus:

Ele, o inferno, no inferno se abateu;

Fez o pecado, derrubou o pecado;

Curvado à sepultura, assim a destruiu,

E a morte, morrendo, matou.

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