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Pergunta

Quem eram os anabatistas e em que eles acreditavam?

Resposta


Os anabatistas não são uma denominação, e é improvável que você encontre alguma igreja chamada "Primeiro Anabatista". O nome é mais um título descritivo do que um nome organizacional. Desde os dias dos apóstolos, havia uma Igreja de Jesus Cristo, com um único corpo de doutrina ensinado pelos apóstolos e seus sucessores. As várias igrejas locais pregavam o arrependimento e a confissão de pecados, juntamente com o batismo por imersão como um sinal externo da nova vida em Cristo (Romanos 6:3-4). Embora sob a autoridade dos próprios apóstolos com relação à doutrina, cada igreja era governada de forma independente pelos líderes que Deus colocou nelas. Não havia hierarquia denominacional nem distinção de "nós/eles" dentro das várias igrejas. De fato, Paulo repreendeu profundamente os coríntios por tais divisões (1 Coríntios 3:1-9). Quando surgiam disputas sobre a sã doutrina, os apóstolos declaravam o ensino de Deus com base nas palavras do Senhor e nas Escrituras do Antigo Testamento. Por pelo menos 100 anos, esse modelo continuou sendo o padrão para todas as igrejas.

Começando por volta do ano 250 d.C., com as intensas perseguições do imperador Décio, uma mudança gradual começou a ocorrer quando os bispos (pastores) de certas igrejas notáveis assumiram uma autoridade hierárquica sobre as igrejas em suas regiões (por exemplo, a igreja de Roma). Embora muitas igrejas tenham se rendido a essa nova estrutura, havia um número substancial de igrejas dissidentes que se recusavam a se submeter à crescente autoridade dos bispos. Essas igrejas dissidentes foram inicialmente chamadas de "puritanas" e sabe-se que tiveram influência até a França no século III. Como a igreja organizada (católica) adotou gradualmente novas práticas e doutrinas, as igrejas dissidentes mantiveram suas posições históricas. O testemunho consistente da igreja durante os primeiros 400 anos de sua história foi administrar o batismo somente àqueles que primeiro fizeram uma profissão de fé em Cristo. A partir de 401 d.C., com o quinto Concílio de Cartago, as igrejas sob o domínio de Roma começaram a ensinar e a praticar o batismo infantil. Com o advento do batismo infantil, as igrejas separatistas começaram a rebatizar aqueles que fizeram profissão de fé depois de terem sido batizados na igreja oficial. Nessa época, o Império Romano incentivou seus bispos a se oporem ativamente às igrejas dissidentes e até aprovou leis que as condenavam à morte. Os rebatizadores ficaram conhecidos como anabatistas, embora as igrejas em várias regiões do império também fossem conhecidas por outros nomes, como novacianistas, donatistas, albigenses e valdenses.

Essas congregações anabatistas cresceram e prosperaram em todo o Império Romano, embora fossem quase universalmente perseguidas pela Igreja Católica. Na época da Reforma, os assistentes de Martinho Lutero reclamaram que os batistas da Boêmia e da Morávia eram tão predominantes que pareciam ervas daninhas. Quando os ensinamentos de João Calvino se tornaram conhecidos, muitos valdenses se uniram à Igreja Reformada. Desse ponto em diante, as várias igrejas anabatistas perderam gradualmente seus nomes antigos e muitas assumiram o nome de batistas, embora mantivessem sua independência histórica e seu governo próprio.

Quem são os anabatistas hoje? Os mais identificáveis são os huteritas, menonitas e amish, embora muitas igrejas batistas modernas também se identifiquem como herdeiras das tradições anabatistas. Os huteritas, ou mais propriamente, os irmãos huterianos, remontam sua história a 1528, quando um grupo de anabatistas fugiu da perseguição por se recusar a pagar impostos de guerra e formou uma sociedade comunitária em Austerlitz. Jakob Hutter, um de seus primeiros anciãos, foi martirizado em 1536. Junto com o pacifismo, a vida em comunidade é um dos pontos principais da crença huterita. Os menonitas foram formados na Holanda como resultado da severa perseguição na Suíça e na Alemanha. Os anabatistas que fugiram para a Holanda foram organizados sob os ensinamentos de Menno Simons, um padre católico que se aliou aos anabatistas em 1539. Muitos menonitas são identificados por suas vestimentas simples e pelas coberturas de cabeça usadas por suas mulheres. Os amish remontam sua história a uma divisão dos anabatistas suíços e alsacianos em 1693, quando Jakob Ammann sentiu que os irmãos suíços estavam se afastando dos ensinamentos rigorosos de Menno Simons e precisavam impor uma forma mais rígida de disciplina da igreja. A característica distintiva dos Amish está em sua separação da sociedade ao seu redor. Eles evitam a tecnologia moderna, mantêm-se afastados de envolvimentos políticos e seculares e vestem-se com simplicidade.

Quando lhe perguntaram como os anabatistas de hoje diferem de outros protestantes evangélicos, um deles disse: "Os anabatistas veem Jesus não apenas como Salvador, mas como Mestre, ensinando-os a viver sua vida enquanto estiverem na Terra. Eles acreditam que a obediência a Seus mandamentos é necessária; portanto, tentam viver como Ele ensinou. Assim, eles são um povo separado, seguindo o caminho estreito e difícil para o Reino de Deus que Jesus ensinou e viveu." Uma ênfase do ensino anabatista é o Evangelho do Reino, que visa ao estabelecimento de um lugar de amor, alegria e paz no Espírito Santo.

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